O jogador juiz-forano Guilherme Smith, de 18 anos, tenta atravessar a fronteira da Ucrânia com a Polônia a pé. O atleta do clube ucraniano Zorya chegou a cidade de Lviv na última sexta-feira (25) junto de seus companheiros de time, Cristian Fagundes e Juninho, e de Vitória e Benjamin, esposa e filho de Juninho, que já foi lateral do Tupi, nascido em Santana de Cataguases.
A expectativa era de que o grupo atravessasse a fronteira ainda neste sábado (26) e encontrasse abrigo na casa de brasileiros que moram na Polônia. Porém, segundo informações do pai de Guilherme, Luiz Cláudio de Carvalho, conhecido como Claudinho, ex-jogador do Tupi e do Sport, o filho já percorreu mais de 30 quilômetros a pé e não possui previsão de quando conseguirá deixar o país.
“Eles estão muito cansados e abatidos. Nossa expectativa era de que eles conseguissem atravessar durante o dia, mas como lá já é noite, não sei se eles vão conseguir caminhar mais. Enquanto eles não entrarem na Polônia, a gente não fica tranquilo aqui no Brasil”, conta.
Luiz Cláudio ainda afirma que a situação se agrava devido ao frio. “Apesar de estarem cansados, não sei se descansar é uma opção. Eles disseram que vão tentar encontrar um hotel na região. A temperatura está abaixo de zero, se eles não conseguirem um local para dormir que tiverem um aquecedor, eles vão congelar. Mas não sei se eles vão suportar caminhar mais.”
De acordo com Claudinho, o filho já percorreu mais de 90% do trajeto, mas não soube informar com exatidão em que ponto ele se encontrava. Pelo Google Maps, a distância aproximada entre Lviv e a Polônia fica entre 70 e 100 quilômetros, e o trajeto leva em torno de duas horas de carro e 15 horas a pé.
O motivo para que o grupo tenha optado em realizar o trajeto a pé foi a enorme fila de carros que se formou na última semana com o objetivo de deixar o país. “Seriam três dias dentro do carro, e nosso objetivo principal agora é que eles deixem a Ucrânia o mais rápido possível”, conta o pai do jogador.
Em suas redes sociais o colega de time de Guilherme, Juninho publicou um vídeo durante a travessia. “Já andamos três horas, está tudo parado. Não estamos aguentando andar mais não. Tentamos sair do lugar, mas é muito difícil. Não pensei que seria tão difícil não, ter que carregar o Benjamin no braço, sem carrinho sem nada, ninguém ajuda.”
Vitória, a esposa do Juninho, por volta das 16h (horário de Brasília), postou em rede social que eles pararam em um café e estão aguardando a ajuda dos amigos brasileiros que moram na Polônia. Segundo ela, os militares não estão deixando com que as pessoas atravessem a fronteira a pé, só quem está de carro.
A embaixada do Brasil tem informado aos brasileiros que estão na Ucrânia sobre as possibilidades de rota de fuga do país por via terrestre. As mensagens, segundo a Agência Estado, são postadas pelo serviço Telegram. Em uma delas, é feito alerta para que todos tomem cuidado. “As pessoas só devem se dirigir à estação, porém, se considerarem que há segurança suficiente”, ponderou , acrescentando que os deslocamentos têm ocorrido “com sucesso”.