Atualizada às 12h33
Em uma nova ação conjunta promovida pela Prefeitura de Juiz de Fora, outros três imóveis particulares abandonados foram alvos de vistoria e limpeza na cidade, resultando no recolhimento de dois caminhões de lixo com entulhos, restos de capina e móveis velhos. O objetivo foi eliminar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, febre chikungunya e zika vírus. O trabalho foi realizado por servidores das secretarias de Atividades Urbanas (SAU), de Saúde, além da Guarda Municipal, Defesa Civil e acautelados a serviço do Demlurb. Há uma semana, ação semelhante foi realizada em um apartamento abandonado na Avenida dos Andradas. No local foram identificados três focos de larvas e retirados três caminhões contendo entulho e resíduos de capina.
Na operação de ontem, as ruínas de um casarão abandonado na esquina da Avenida Presidente Itamar Franco com a Rua Espírito Santo, no Centro, foram as primeiras a receber a limpeza. Além da retirada do mato no local, foram recolhidos lixo, entulhos, além de objetos como colchões e móveis. Conforme a assessoria de comunicação da SAU, nenhum foco do mosquito foi encontrado no terreno.
Na sequência, os trabalhos se concentraram na parte externa de uma residência fechada há três anos, na Rua Espírito Santo, quase esquina com a Rua Santos Dumont, no Granbery. Lá, os agentes de endemias identificaram um foco com larvas do mosquito. Funcionários do Demlurb e acautelados realizaram a capina e a limpeza da laje. Foram retirados um grande volume de mato e lixo. O interior da casa, porém, não foi vistoriado em virtude de o imóvel estar em processo judicial. À tarde, a equipe seguiu para um imóvel na esquina das ruas Itacolomi e Itatiaia, no Monte Castelo, Zona Norte. Apesar do trabalho realizado, a equipe terá de retornar ao local hoje com um trator a fim de colocar o lixo recolhido em um caminhão.
Após a ação, os proprietários serão autuados e terão de ressarcir a PJF o valor gasto para a realização do serviço. Para isso, será emitido um documento de arrecadação municipal (DAM). A entrada forçada em todos estes locais foi assegurada pela Medida Provisória (MP) 712, de 29 de janeiro de 2016, da Presidência da República, que dispõe que: “na situação de iminente perigo à saúde pública, pela presença do mosquito transmissor do vírus da dengue, do vírus chikungunya e do zika vírus, a autoridade máxima do Sistema Único de Saúde de âmbito federal, estadual, distrital e municipal fica autorizada a determinar e executar as medidas necessárias ao controle das doenças causadas pelos referidos vírus, nos termos da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e demais normas aplicáveis.”
Quase 30 imóveis em situação de abandono
Conforme a Defesa Civil, pelo menos 28 imóveis estão na mesma situação de abandono. Os mesmos foram mapeados pela Prefeitura e devem receber o serviço de limpeza. No entanto, com o funcionamento da Sala de operações, o número tende a aumentar. “A população tem trazido novas demandas por meio de denúncias relativas à dengue. Estamos arrumando condições, inclusive judiciais, para realizar este tipo de limpeza, tanto em imóveis já notificados como em outros por meio de denúncia”, explicou o subsecretário de Defesa Civil, [Relaciondas_post] Márcio Deotti.
Deotti ainda destacou que o sistema tem recebido, em média, de 150 a 200 chamadas por dia e que antes havia um acúmulo de demanda, mas com o aumento das linhas e a incorporação do 199, o órgão tem conseguindo realizar mais atendimentos e liberar a demanda. Ele ainda garante que a inclusão do canal da Defesa Civil no sistema não irá prejudicar o trabalho em caso de problemas provocados pela chuva. “Temos dois sistemas de contingenciamento para respostas à dengue e às chuvas. Para o atendimento, nós estamos mobilizando servidores de outras secretarias, mas sem sobrecarregar os serviços já realizados por cada uma delas”.
Outras ações
Durante toda quinta-feira, outras frentes de trabalho foram realizadas na cidade, sobretudo nos bairros Santa Cecília, São Mateus, Alto dos Passos e Mundo Novo, que apresentam a maior incidência do mosquito. Os locais alvos de ocorrências foram visitados por fiscais e agentes de endemias, para vistoria e notificação do proprietário.
As ações de combate à dengue estão sendo deliberadas na Sala de operações, montada na sede da Defesa Civil. A comissão tem representantes das secretarias de Saúde, Atividades Urbanas, Comunicação Social, Planejamento e Gestão, Demlurb, Defesa Civil e Guarda Municipal. Ao grupo, juntou-se a Associação de Agentes Voluntários de Defesa Civil de Juiz de Fora e Região (Avadec), que passa agora a colaborar com as ações.
As atividades de combate ao vetor da dengue foram baseadas no cruzamento de dados entre demandas recebidas pela SAU e Secretaria de Saúde, priorizando áreas de grande concentração de notificações das doenças e imóveis que oferecem risco à saúde pública.