Todos os 29 presos na Operação Transformers, realizada na última quinta-feira (20), seguem detidos preventivamente pela Justiça de Minas Gerais. A informação foi confirmada, via assessoria, pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), na manhã desta segunda (24). As defesas dos investigados tiveram acesso aos autos do processo na última sexta-feira (21), entretanto, na audiência de custódia realizada no mesmo dia, não foram acolhidos pedidos de soltura por parte das defesas dos indivíduos detidos.
Segundo o TJMG, todos os presos passaram pela audiência de custódia entre sexta e esta segunda, e todas as prisões foram mantidas. Além dos policiais, que estão em Belo Horizonte, os demais investigados estão em presídios de Juiz de Fora, Uberlândia e São Paulo, de acordo com o Tribunal.
Em contato com a Tribuna na manhã desta segunda, a defesa do delegado Rafael Gomes, um dos policiais civis presos na operação, confirmou que teve acesso aos autos do processo na noite de sexta. “Reafirmamos a surpresa com o requerimento e com a ordem de prisão em desfavor do doutor Rafael e reafirmamos a certeza na absolvição dele. Em momento oportuno, nós iremos iniciar a apresentação de documentos e outras provas que irão afastar essa alegação ministerial”, afirma o advogado Luiz Eduardo Lima, representante da defesa.
De acordo com Lima, na audiência de custódia as defesas dos investigados manifestaram intenção de realizar requerimento de soltura, seja com a revogação da prisão preventiva ou a substituição da mesma, mas o magistrado responsável pelo caso negou a possibilidade de aceitar as solicitações por conta da complexidade do processo. “Nesta semana, certamente, alguns pedidos (de soltura) serão protocolados”, projeta o advogado, que, até esta segunda, não havia solicitado habeas corpus do ex-titular da Delegacia Especializada de Narcóticos da Polícia Civil em Juiz de Fora.
Operação Transformers
Além do delegado Rafael, outros seis policiais civis foram presos na operação movida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) na última quinta. A ação aconteceu em Juiz de Fora e nas cidades de Esmeralda, Botelhos e Três Corações, resultando na prisão de 29 suspeitos de integrar uma organização criminosa que teria ligação com tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, adulteração veicular, entre outros crimes. Entre os alvos dos mandados de prisão estavam empresários e comerciantes, além de dois advogados.
A operação teve o cumprimento de 250 mandados, sendo 31 de prisão preventiva, 61 de busca e apreensão, 148 de sequestro de veículos e dez de sequestro e indisponibilidade de imóveis. Além dos mandados, houve também apreensão e indisponibilidade financeira na ordem de R$ 55 milhões. Há suspeitas de que o grupo criminoso tenha movimentado cerca de R$ 1 bilhão nos últimos cinco anos.
Segundo os levantamentos, a organização criminosa roubava e adulterava veículos que eram modificados para a utilização no tráfico de drogas. A organização criminosa investigada ainda atuaria com lavagem de dinheiro, de acordo com as apurações do MPMG. Em Juiz de Fora, por exemplo, o crime foi observado em eventos artísticos e casas de comércio de diversos segmentos, como roupas e alimentos.