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Família cobra notícias de parente desaparecido do João Penido há mais de um ano

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Pedreiro Carlos Henrique Leandro foi visto pela última vez em 23 de julho de 2016 no hospital

Há um ano e um mês a família do pedreiro Carlos Henrique Leandro, 51 anos, busca respostas para o seu desaparecimento ocorrido quando estava internado no Hospital João Penido, em Grama. São 389 dias de angústia e espera por uma explicação que nunca chegou. Mesmo após todo este tempo, ainda estão em aberto a sindicância administrativa na unidade médica e o inquérito da Polícia Civil que apura o caso. Ainda não há indício de crime e ninguém foi responsabilizado pelo sumiço. Sem ter mais a quem recorrer, a família vai processar o hospital e espera que a Justiça ajude a evitar que outras famílias passem pela mesma dor. “Nada traz meu irmão de volta. Só esperamos que outras famílias não passem por isso. Faltou comprometimento com ele. Nunca mais ninguém nos procurou para dar uma explicação. A única coisa que queremos é entender o que aconteceu”, desabafou a irmã do pedreiro, Maria José Leandro.

Era início da noite de um sábado, dia 23 de julho de 2016, quando a família de Carlos Henrique Leandro o viu pela última vez. O pedreiro, natural de Matias Barbosa, foi deixado às 18h40 no Hospital João Penido, depois de ser transferido para Juiz de Fora vindo da policlínica de sua cidade natal. No dia seguinte, os parentes de Carlos Henrique retornaram à unidade de saúde no horário de visitas, porém, para o espanto deles, o homem havia desaparecido. Desde a constatação do desaparecimento, a família deu início a uma peregrinação, que inclui a rota de Juiz de Fora e de cidades vizinhas. Porém, nenhuma informação levou ao paradeiro do homem.

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“Até hoje não sabemos o que realmente aconteceu, só se o encontrarmos é que iremos saber. Ele não tinha como fugir, estava muito debilitado, mal conseguia andar. Para nós, foi uma série de erros até hoje. Não perdemos a esperança, mas quanto mais o tempo passa, mais complicado fica para encontrá-lo. Só queremos justiça agora. Vamos entrar com uma ação contra o hospital. Eles têm que ser responsabilizados de alguma forma”, desabafou a irmã do pedreiro, Maria José Leandro.

Providências

A assessoria de comunicação da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que é gestora da unidade, informou por meio de nota que, desde o episódio, a direção do Hospital Regional João Penido “está tomando todas as providências cabíveis para implantar melhorias e maior rigor na identificação dos usuários e colaboradores da unidade hospitalar”. Segundo a nota, já foram iniciados os procedimentos de identificação de veículos e redefinido o ponto de embarque e desembarque do transporte coletivo, que anteriormente era realizado no interior do hospital.

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Estão em andamento ainda o processo de contratação de empresa especializada para instalação de circuito de monitoramento e gravação de imagens e a aquisição de crachás de identificação de acompanhantes e visitantes dos pacientes, além de treinamentos e orientações aos servidores e coordenadores responsáveis pela assistência hospitalar. Para apurar o episódio, foi aberta uma Sindicância Administrativa Investigatória, publicada em 10 de maio de 2017, no Diário do Executivo da Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, que está em curso.

O caso é apurado pela delegada Carolina Gonçalves Magalhães, titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil. Por meio da assessoria de comunicação da Polícia Civil, a delegada informou que o episódio ainda se encontra em apuração, sendo realizados trabalhos de campo e ouvidos os funcionários do João Penido. Foi expedida uma intimação para oitiva do vigia da unidade de saúde e, após o depoimento dele, o inquérito será remetido à Justiça. A polícia informou que, até o momento, não há indícios de infração penal e ninguém foi responsabilizado. A delegada esclareceu ainda que, quando assumiu a apuração, foi feito contato com a Divisão de Pessoas Desaparecidas em Belo Horizonte, sendo realizada a inclusão do desaparecido no Programa Alerta Minas, com ampla divulgação da imagem do mesmo.

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Ministério Público

A Promotoria de Saúde de Juiz de Fora apura as condições do serviço de saúde que está sendo prestado pelo Hospital João Penido. Segundo o órgão, a unidade foi oficiada para comprovar que havia sido aberta a sindicância. A instituição respondeu ao questionamento e enviou a publicação do Diário Oficial do Estado. O Ministério Público então fez uma nova requisição, desta vez, questionando quais providências foram tomadas para que outros casos não aconteçam. A unidade ainda tem um prazo para responder. Caso o promotor entenda que houve falha, pode ajuizar uma ação civil pública contra o hospital.

 

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