Uma mulher, de 76 anos, foi presa em flagrante pelo crime de injúria racial, após ter sido denunciada por um motorista de ônibus, 57, que afirma ter sido chamado de macaco pela passageira. O caso foi registrado pela Polícia Militar, na tarde de segunda-feira (23), na Rua Jarbas de Lery Santos, próximo à Praça do Riachuelo, no Centro de Juiz de Fora.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, o motorista da linha 601 (Jardim Cachoeira) contou que seguia sentido bairro/Centro, quando parou no Monte Castelo para a idosa embarcar. Ele acrescentou que, devido à sua dificuldade de locomoção, encostou o veículo próximo a ela para facilitar o acesso ao coletivo.
Ainda conforme o relato do condutor à PM, ao fim da viagem, chegando à Praça do Riachuelo, a passageira teria desembarcado fazendo ofensas ao profissional. Além de supostamente chamá-lo de macaco, ela teria dito: “Essa raça de motorista não vale nada”. Pelo menos duas testemunhas que teriam presenciado as ofensas foram arroladas no boletim de ocorrência.
Ao ser questionada pela polícia, a suspeita disse que havia embarcado no ônibus, mas que o motorista teria parado longe da calçada posteriormente, dificultando seu desembarque. Ela negou ter ofendido a vítima e não apresentou testemunhas. Diante da situação, a idosa recebeu voz de prisão em flagrante por injúria racial e foi encaminhada à 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha.
Conforme a assessoria da Polícia Civil, o caso de injúria racial foi recebido na Delegacia de Plantão, onde a autoridade policial realizou um auto de prisão em flagrante delito. “Testemunhas foram ouvidas, policiais condutores da prisão, a vítima e, por fim, a autora. Segundo o delegado que atuou no caso, Paulo Saback, ficou configurada a injúria racial.”
A Polícia Civil lembrou que como recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou o crime de injúria racial ao de racismo, tornando-o também inafiançável, o flagrante foi confirmado e não houve arbitramento de fiança. “A prisão foi comunicada ao Poder Judiciário, e a autora encaminhada ao sistema prisional para ficar à disposição da Justiça, com posterior realização de audiência de custódia.”