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Fórum dá voz a moradores em situação de rua de Juiz de Fora

(Foto: Olavo Prazeres)

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Durante o evento, coordenação nacional cobrou apuração no incêndio em frente à Caixa (Foto: Olavo Prazeres)

O primeiro dia do Fórum Técnico do foi marcado por uma roda de conversa que envolveu entidades representativas, trabalhadores que lidam com o público e as pessoas em situação de rua. Elas foram incentivadas a relatar suas vivências e dificuldades. Esses apontamentos podem se tornar propostas para a composição de documento inédito. O encontro foi realizado no Centro de Referência de Direitos Humanos, na tarde dessa terça-feira (24).

Logo no início, os presentes lamentaram o incêndio ocorrido ao lado da agência da Caixa, na Rua Padre Café, no Bairro São Mateus, no último sábado, local em que costumam dormir pessoas em situação de rua. “É preciso que a gente esteja antenado nesses casos. Porque há estratégias para criminalizar, amedrontar e expulsar pessoas que já perderam tudo. Esse não é o caminho. É preciso exigir um laudo sobre como começou o incêndio”, cobrou Samuel Rodrigues, coordenador do Movimento Nacional da População de Rua. Ele também afirmou que é preciso pensar em uma política que possa dialogar com as especificidades de cada região.

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“Não queremos apenas assistência. Vemos que ela só tem aumentado o número de pessoas em situação de rua. Em BH, vimos um senhor que comemorou dez anos em um albergue. Não queremos isso, queremos moradia”, acrescenta Samuel. Para Márcio Esperidião dos Santos, que viveu seis anos em situação de rua, ainda é preciso melhorar muito os serviços de Juiz de Fora. “Não é só chegar e levar para o Centro Pop, ou dormir em um albergue. Eles precisam criar cursos, dar uma força para que a pessoa possa se levantar. Ninguém quer ficar na rua. Mesmo quem sai, não tem um acompanhamento.”

Esse momento de escuta das necessidades da população em situação de rua é fundamental, de acordo com o coordenador da Política Estadual para a População de Rua da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Tomaz Moreira. “É importante porque eles não têm voz. Outras pessoas decidem sobre o que acham melhor para eles, criando políticas mortas, sem efetividade. É essencial saber quais são suas reais necessidades, para que tenhamos propostas que os contemplem.”

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Nessa quarta-feira (24), o evento continua no Museu do Crédito Real (Avenida Getúlio Vargas 455/3º andar, Centro), a partir das 8h, com inscrições no local. As ideias apresentadas na roda de conversa devem ser discutidas durante o dia, para que possam ser encaminhadas para a etapa final, entre os dias 11 e 13 de junho, em Belo Horizonte. Nessa oportunidade, seis representantes eleitos no fórum, entre eles, dois moradores em situação de rua, devem representar a população e acompanhar o encaminhamento do plano.

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