“Será muito prejudicial, tanto para os bancários, quanto para toda a classe trabalhadora. Sabemos que tem mais de dois mil projetos a serem aprovados, e todos contra o trabalhador”, pontua, acrescentando que a mídia, de forma geral, precisa esclarecer de fato os trabalhadores sobre os impactos da lei. “No caso dos bancários, estamos fazendo vários seminários para mostrar o quanto isso é prejudicial e esperamos, com resistência nas ruas, que o presidente Temer não assine o projeto.”
A fragilização dos sindicatos é outra faceta da terceirização, conforme as considerações do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos (Sinserpu-JF), Amarildo Romanazzi. “Ela permite uma negociação direta entre patrão e empregado, tirando o sindicato da discussão. É uma lei totalmente patronal, destruindo a força sindical e a resistência do trabalhador, rasgando a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas)”. O sindicalista ainda alerta que, com o tamanho do desemprego hoje, um funcionário antigo de uma empresa ver-se-á obrigado, em função do sustento de sua família, a assinar um contrato de prestação de serviço.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região, João César da Silva, diz que haverá precarização das condições de trabalho. “Esse projeto marca o fim do trabalho digno no Brasil. O que existe hoje em termos de terceirização é horrível. No nosso setor, tem muitos trabalhadores terceirizados que trabalham em condições penosas. Eles não têm as mínimas garantias. Temos o histórico aqui de uma terceirizada que não paga os salários. Além disso, lidamos com uma grande empresa que todos os meses atrasa o pagamento, não deposita INSS e Fundo de Garantia, ou seja, não cumpre nada da legislação”, revela João César.