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Forças de segurança fazem ato grevista em Santa Terezinha

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Centenas de integrantes das forças de segurança pública de Juiz de Fora foram às ruas, na manhã desta quinta-feira (24), em movimento grevista que reivindica a recomposição salarial acordada com o governador Romeu Zema (Novo) em 2019. Policiais civis e militares, bombeiros, policiais penais, agentes socioeducativos e servidores administrativos começaram a concentração às 9h, em frente à 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, em Santa Terezinha. Por volta das 10h30, o grupo seguiu em passeata com carro de som pelas ruas do bairro, passando pela Avenida Rui Barbosa até o 2º Batalhão da PM. O ato terminou por volta do meio-dia.

“Nosso objetivo foi mostrar nossa indignação e revolta. O Governo de Minas tem o prazo até às 17h desta sexta para encaminhar projeto de lei com a nossa recomposição salarial, senão estamos com estratégia do comando de Belo Horizonte para endurecermos as medidas, inclusive com aquartelamento de policiais militares”, anuncia o vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol/MG), delegado Marcelo Armstrong. Ele aponta a participação de quase 600 servidores no protesto. Segundo o policial, esse foi o maior movimento grevista unificado da categoria na história da cidade. “O Governo não cumpriu com o prometido, só pagou uma das três parcelas da nossa recomposição inflacionária. Ainda faltam 37,75%. Não aceitamos migalhas.”

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Concentração começou às 9h, em frente à 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, em Santa Terezinha (Foto: Sindpol/Divulgação)

O sindicalista acredita que a força da manifestação desta quinta em Juiz de Fora levou à coletiva de imprensa, marcada para as 15h do mesmo dia, na qual a secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, e o secretário de Governo, Igor Eto, falaram sobre proposta de reajuste dos servidores estaduais.  “Hoje foi maravilhoso, e esse anúncio, com certeza, é fruto da nossa manifestação, que está se espalhando por todo o estado. Todas as forças de segurança discursaram para a população. Foi o movimento unificado mais forte que já fizemos em Juiz de Fora.”

Armstrong lembra que o movimento segue a “estrita legalidade”, portanto, apenas 30% do efetivo da Polícia Civil está trabalhando, atendendo apenas a casos de flagrantes e dando continuidade aos serviços essenciais à população, como os do Detran, que já sofrem com filas na vistoria e no atendimento, segundo o delegado. “Se o Governo tiver responsabilidade, vai conceder o que é direito da categoria.”

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Entenda o movimento

Desde o início da semana, as forças de segurança pública de Juiz de Fora aderiram ao movimento grevista deflagrado, inicialmente, em Belo Horizonte. Enquanto a Polícia Civil trabalha com 30% do seu efetivo, a Polícia Militar decidiu manter a operação padrão, não realizando ações de iniciativa, agindo apenas em casos de convocação. Já os policiais penais, que atuam na segurança das unidades prisionais do Bairro Linhares, Zona Leste, optaram por suspender o banho de sol dos detentos e a visitação enquanto durar a paralisação.

As manifestações contra o Governo estadual na capital mineira reuniram cerca de 30 mil pessoas no entorno da Assembleia Legislativa (ALMG). O ato cobrou a recomposição inflacionária dos vencimentos da categoria acordada com Romeu Zema no fim de 2019, mas vetada por ele próprio após ter sido aprovada no Legislativo. Em nota divulgada na segunda-feira, o governador reconheceu a necessidade do funcionalismo público, mas alegou que a recuperação das perdas só seria possível a partir do ingresso no Regime de Recuperação Fiscal. “A atual gestão reconhece a importância dos profissionais das forças da segurança para o Estado. Por isso, eles receberam reajuste de 13% em 2020.”

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Já o Sindpol rebate e acredita que o Regime de Recuperação Fiscal levaria à estagnação salarial dos trabalhadores. “As forças de segurança pública estão unidas na busca pela recomposição das perdas inflacionárias e contra o Regime de Recuperação Fiscal.”

Segundo o diretor regional da subsede do Sindpol em Juiz de Fora, Givanildo Guimarães, a manifestação desta quinta em Juiz de Fora é uma continuidade daquela ocorrida na capital no começo da semana. “Continuamos o enfrentamento ao descaso desse Governo com a Segurança Pública. Agora, mais do que nunca, é a hora da união, de unificação das forças de segurança pública, pela recomposição das perdas inflacionárias.”

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