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Caixinha de Natal valoriza profissionais e contribui para fim de ano melhor

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Foto: Felipe Couri

Em dezembro, consumidores lotam as ruas em busca de presentes de Natal para amigos e familiares. Entre um esbarrão e outro, as mãos vão sendo preenchidas por sacolas. Mas para além da preocupação com as pessoas próximas, nesta época do ano, aumenta a solidariedade, que faz olhar também para quem nem sempre é valorizado da forma como deveria. Por isso, muitos se dedicam a contribuir com um fim de ano melhor para os trabalhadores, por meio de contribuições com as caixinhas de Natal. Profissionais de diversos segmentos conversaram com a Tribuna e contaram como a ajuda extra e o carinho podem fazer a diferença.

O vendedor ambulante de frutas Jefferson Marques, 29, costuma ficar nos arredores do Calçadão da Rua Halfeld. O local, que é caminho de milhares de pessoas diariamente, é um dos pontos onde a solidariedade já se fez presente para Jefferson. Ele conta que já ganhou várias gorjetas, assim como roupas e chinelos. Mas neste ano, entre os “recebidos”, um presente chamou a atenção do vendedor. “Foi uma camisa do Flamengo que ganhei de uma cliente. Fiquei muito feliz, por ser torcedor do clube”.

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Também no Calçadão, em uma das lojas, trabalha o segurança David de Oliveira, 48, que está sempre de olho no movimento para garantir a segurança dos comerciantes e dos consumidores. Apesar de estar sempre atento, ele comenta que poucos observam sua presença no dia a dia, seja pela correria ou pela quantidade de pessoas que sempre estão trafegando pelo local. Nesta época do ano, no entanto, o segurança é mais notado e lembrado. “O pessoal da loja faz uma caixinha para todo mundo que trabalha aqui. Já me ajudou a comprar refrigerante e panetone”, diz David. “Todo ano tem, e ajuda muito a gente. Eles são muito humanos”.

Em um prédio comercial, o porteiro Alexandre Machado, 49, cumprimenta a todos que passam. Pela sua cordialidade, ele também ganhou presentes como forma de retribuição pelo suporte e atenção que oferece durante seu ofício. Uma pessoa o presenteou com dinheiro, mas também com um ato de carinho. “Mais do que o valor, gostei do cartão com as boas palavras escritas nele. Mas é claro que o dinheiro ajuda”.

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O gari Marco Antônio Carneiro, 54, foi um dos que adotou a caixinha este Natal (Foto: Felipe Couri)

Criatividade

Há também quem use a criatividade para pedir uma ajuda para o fim do ano. É o caso do vendedor ambulante Thiago Moreira, 34, que vende goiabas. Com o intuito de ganhar um dinheiro extra, neste ano, ele enfeitou seu carrinho com uma caixinha de papelão e colocou um recado pedindo ajuda para quem quisesse contribuir. Ele só não esperava que uma cliente colocaria R$ 50 em sua caixinha. Ele lembra que ficou surpreso quando chegou em casa e viu a nota lá dentro. “A caixinha de Natal dá uma força nesse período, porque apesar de as vendas aumentarem em alguns locais, para nós, ambulantes, elas caem. Deixei esse dinheiro guardadinho para o dia certo”, revela.

O gari Marco Antônio Carneiro, 54, que sempre está limpando as vias próximas ao Calçadão, resolveu colocar uma caixinha em sua caçamba de resíduos após ouvir a sugestão da filha. A ideia é apelar para aqueles que se sensibilizam ao ver seu trabalho e podem ajudar de alguma forma. “Até agora deram pouquinho, mas já está bom”.

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‘Espírito natalino’

Se a correria do dia a dia faz com que alguns profissionais não sejam vistos, aqueles que trabalham enquanto os consumidores estão relaxando ou se alimentando também podem ficar invisibilizados no cotidiano. No entanto, durante o mês de dezembro, as caixinhas de Natal posicionadas nos balcões lembram os consumidores que aqueles que se dedicam a servir durante o ano todo merecem um agradecimento pelos serviços prestados.

É o caso do gráfico Vicente da Silva, 76. Ele conta que sente satisfação em ajudar e que deposita, com muita gratidão, uma ajuda para os garçons que o atenderam com qualidade no decorrer do ano nas caixinhas de Natal. “Me sinto bem em poder ajudar. Em todo lugar que eu bebo uma cervejinha e tem caixinha, eu coloco uma ajuda”, afirma.

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Eduardo Gomes, 38, balconista de farmácia, também realiza sua colaboração. “Ajudo durante o ano inteiro, principalmente nessa época do ano”, ele diz, brindando simbolicamente ao colocar sua colaboração na caixinha enquanto é entrevistado pela Tribuna em um bar na região central. Para ele, que já considera os garçons como amigos pelo hábito de frequentar o mesmo estabelecimento, o que faz diferença é o “espírito natalino”: “O espírito natalino de ajudar é muito bacana, e faz diferença para quem recebe ajuda”.

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