Arthur, Beatriz, Kaio e Cintia. Os quadrigêmeos do casal Romária da Silva Ranier de Araújo e Claudinei de Araújo nasceram, na noite da última quinta-feira, na Maternidade Viva Vida do Hospital Regional Doutor João Penido. Com 31 para 32 semanas, sentindo contrações, a mãe precisou fazer cesárea por conta do risco da gravidez múltipla e deu à luz os quatro bebês, em um intervalo de apenas quatro minutos. Juntos, os irmãos não ultrapassam cinco quilos e meio, mas todos são saudáveis e passam bem. Arthur foi o primeiro a nascer, às 23h20, com 1.412 kg. Um minuto depois foi a vez da Beatriz, com apenas 970 gramas. No próximo minuto nasceu Kaio, o maior deles, com 1.640 kg. Às 23h24, foi a vez de Cinthia, com 1.268 kg. Na manhã desta quinta-feira (23), a Tribuna foi conhecer os irmãos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal e encontrou um clima de comoção de toda a equipe e de felicidade entre os pais.
“Estou feliz, mas aliviada porque ele nasceram bem e saudáveis. Agora é encontrar forças para cuidar de todos. Mas se Deus me deu, é porque não vai me deixar faltar forças”, disse a mãe, 27 anos, que carregava nos braços as quatro pulseirinhas de identificação. “Estou ansiosa para vê-los, pois estava muito zonza no momento do parto”, contou ela na manhã desta quinta, ainda aguardando para rever as crianças.
O pai conseguiu a assistir ao parto. “Ele estava bem emocionado e precisamos deixá-lo sentado. A cada bebê que nascia, ele coçava a cabeça”, brincou o coordenador médico da maternidade, Leonardo Pandolfi Calimam. “Todos estamos emocionados. Foi um marco para a maternidade”, comentou a coordenadora do serviço de enfermagem da unidade, Andréa Dias Lanziotti.
Força-tarefa
Foi a primeira vez que quadrigêmeos nasceram na Maternidade Viva Vida, referência em gestação de risco. Para a realização do parto foi montada uma força-tarefa com 27 profissionais entre anestesistas, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, médicos obstetras e pediatras – um para cada bebê. “Logisticamente tudo precisava estar organizado para que não houvesse falhas. E tudo correu bem. A mãe é jovem, com saúde e realizou o pré-natal sem intercorrências. Ela veio aqui na segunda-feira e retornou na quarta-feira pela manhã para novo ultrassom que mostrou que o Arthur já estava na pelve, em posição cefálica. À tarde, teve contrações e constatamos que ela já estava em trabalho de parto, por isso, ficou internada”, explicou Pandolfi. Segundo ele, a previsão é de que Romária tenha alta no fim de semana. “Porém, ela deve permanecer internada para acompanhamento e alimentação dos bebês, de modo que não percam o vínculo. Temos que verificar a aceitação da dieta.”
Uma das pediatras que acompanhou o parto, Lidiane Faria Landim, disse que os bebês precisaram ser entubados e permanecerão na incubadora até atingirem o peso necessário para deixarem a unidade, cerca de dois quilos.
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Ajuda
O casal, que só descobriu que a família ia mais que dobrar no ultrassom morfológico, entre o quinto e o sexto mês de gestação, agora conta com ajuda da população para garantir o bem-estar dos bebês. Natural de Guiricema, cidade com pouco menos de nove mil habitantes, que fica a aproximadamente 140 quilômetros de Juiz de Fora, a família está morando provisoriamente em um imóvel na Rua Luiz Rocha 1.006, casa 2, no Bairro Eldorado, região Nordeste. O casal já tem um filho de 5 anos, Gustavo. Romária está desempregada e conta com a ajuda do marido, Claudinei, 26, que é pedreiro, e da mãe, Mara Lúcia, 52, costureira. Quem quiser ajudá-los com doação de roupas, fraldas ou mantimentos pode entrar em contato pelo número 9947-5135.