Um homem de 30 anos foi condenado a 21 anos e seis meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, por matar a jovem Ana Carolina Rangel Avelino, 23, e ocultar seu cadáver em uma cova rasa embaixo da ponte de Santa Terezinha, na região Nordeste de Juiz de Fora. O julgamento sobre o crime, descoberto em 11 de janeiro de 2020, aconteceu nesta quinta-feira (23), no Tribunal do Júri do Fórum Benjamin Colucci. O réu, Giovane da Cruz Horta, natural de Bicas (MG), também foi sentenciado a pagar 20 dias-multa. Ele está preso e teve negado pelo juiz Paulo Tristão o direito de recorrer em liberdade.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o homicídio começou a ser desvendado quando um casal, que havia morado embaixo da mesma ponte por oito meses, voltou ao local para reaver alguns pertences. O homem e a mulher sentiram forte odor e também estranharam a presença de mosquitos. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram chamados e, após escavação, o corpo da vítima foi encontrado, em avançado estado de decomposição, em forma de ossada humana.
A mulher assassinada teve os pés amarrados por uma corda e também as mãos imobilizadas para trás. O cadáver havia sido enterrado sob pedaços de madeira e pedra, atrás de um armário. O laudo de necropsia indicou que a morte teria ocorrido há mais de três semanas, impossibilitando determinar a causa exata do óbito. Durante o julgamento, o acusado disse tê-la matado mediante esganadura.
Conforme o MP, Giovane amarrou a vítima e depois a matou. Ele já teria feito o mesmo procedimento de imobilização com outra mulher, que conseguiu sobreviver naquele local, após intervenção de outra pessoa, que o fez soltá-la. O homicídio foi qualificado pelo fato de o réu dificultar a defesa da vítima ao amarrá-la. Na sentença, o juiz destacou que o acusado “é contumaz usuário de drogas, conhecido e temido pela prática de atos violentos contra mulheres”, como afirmaram testemunhas.
Durante a conclusão do inquérito, a delegada responsável, Ione Barbosa, informou que a vítima estava desaparecida desde outubro de 2019 e era usuária de crack, enquanto o investigado seria morador em situação de rua. Ele ainda era apontado como autor de dois estupros, praticados em outubro, que tiveram como vítimas usuárias de drogas supostamente escolhidas pela vulnerabilidade.
A confirmação da identidade de Ana Carolina foi feita por exame de DNA. “A família da vítima procurou a delegacia, foram colhidos materiais genéticos e enviados para Belo Horizonte. O resultado apontou que os ossos pertencem à jovem”, explicou a delegada na época.