Site icon Tribuna de Minas

Multicolorido, Bloco Domésticas de Luxo desfila na Rua Halfeld

(Foto: Fernando Priamo)

PUBLICIDADE
Mariah Xavier, 9 anos, prestigiou o desfile do Domésticas e amou (Foto: Fernando Priamo)

Sem as tradicionais malhas pretas, mas com a alegria, a união e a irreverência de sempre, o bloco Domésticas de Luxo abriu a programação carnavalesca deste sábado (23) em Juiz de Fora, reunindo uma multidão no Calçadão da Rua Halfeld. Com meias rosas, vermelhas e amarelas e cabelos multicor, os foliões se vestiram de palhaço, entoaram o enredo em homenagem ao circo, fizeram fotos, cantaram, dançaram e esbanjaram animação. Por decisão da diretoria do bloco, esse ano, não foram fornecidos tecidos, luvas e tintas na cor preta para a caracterização dos foliões. A decisão foi oficializada, no início da semana, pela organização do Domésticas na presença de membros da Funalfa e de representantes da Comissão da OAB/JF para Promoção da Igualdade Racial e foi motivada por críticas e protestos que a atração carnavalesca vinha sofrendo nos últimos anos.

Prezando harmonia, paz e alegria, tradicional bloco sai de palhaço, sem malhas pretas, mas com a irreverência de sempre, em homenagem ao circo da vida (Foto: Fernando Priamo)

O folião Almir de Almeida Silva, um dos diretores do bloco, comenta que o desfile deste ano visa a mostrar que a cor da malha não faz diferença para o grupo. Com malha ou sem malha, comenta, o objetivo é espalhar irreverência e alegria. Ele reforçou, mais uma vez, que a decisão por retirar as peças de cor preta foi própria e não uma imposição. Com a experiência de desfilar há 40 anos, Luiz Antônio Alves da Silva, negro com o rosto pintado de branco, comenta que o bloco existe para levar alegria. Para ele, se parte da população se incomodou com o uso de peças na cor preta, o bloco as tira de uso, prezando pela harmonia. Conforme Luiz, no próximo ano, o enredo vai abordar uma rainha africana. “O Domésticas de Luxo é preto, é branco, são todas as cores.”

PUBLICIDADE

Esta foi a primeira vez que a jovem Mariah Xavier, 9 anos, prestigiou um desfile do Domésticas e amou. Esbanjando sorriso e jogando confete para o alto, ela recebeu um abraço coletivo dos foliões. Nunca os tinha visto com malhas pretas, mas amou o colorido que abrilhantou o início de tarde ensolarada em Juiz de Fora. Já Rogério Machado é folião dos mais antigos. Caprichosamente vestido de mulher, ele lamenta o fato de o bloco ter perdido a caracterização, já que, no seu entender, as malhas pretas eram vistas, por ele, como uma homenagem e nunca como um possível ato de preconceito. “Todos somos iguais, e o Domésticas está aqui para mostrar isso.”

<
>
Exit mobile version