Um empresário de 24 anos foi preso, na manhã desta segunda-feira (22), suspeito de clonar chips de cartões e invadir contas bancárias. Pelo menos, quatro mil pessoas podem ter tido suas contas vasculhadas pelo hacker, que teria feito vítimas por todo o Brasil. A prisão foi efetuada pela Polícia Civil depois de oito meses de investigações. Com o suspeito, policiais da 1ª Delegacia apreenderam uma impressora de cartão, três notebooks, 40 cartões clonados e diversos ainda em branco, leitor de código, máquinas de cartão de crédito, vasta documentação sobre movimentações bancárias e R$ 4 mil.
A ação foi resultado de cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do irmão do suspeito, no Bairro Alto dos Passos, Zona Sul. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Eurico Cunha, a polícia chegou até o hacker depois de começar a monitorar posts na internet e informações recebidas anonimamente. O policial informou que o suspeito fazia gastos não compatíveis com seus rendimentos e usava a internet para postar diversas fotos de ostentação.
O irmão do empresário, de 32 anos, também foi conduzido para a delegacia, mas foi liberado depois de ser ouvido pelo delegado. Três carros encontrados na casa dele: um BMW X6, um Hyundai Santa Fé e um Mercedes Benz foram levados à delegacia para averiguação. Como a documentação estava toda legalizada, os veículos foram liberados.
“Não dá para estimar o prejuízo até agora, porque tudo é protegido pelo sigilo bancário. Vamos levantar, pedir ordem judicial, oficiar os bancos, para saber quais contas foram invadidas, quais pessoas lesadas e quais os gastos efetuados”, afirmou Eurico Cunha, explicando como será o andamento da investigação a partir de agora. O suspeito, encaminhado ao Ceresp, vai responder pelos crimes de estelionato, falsidade de cartões e invasão de computador.
O delegado ainda vai apurar se o jovem agia com a ajuda de outras pessoas, se usava o crime apenas em benefício próprio ou se vendia informações para terceiros. “Esse não é um crime comum, pois o chip desses cartões foi violado”, alertou Eurico, acrescentando que o caso em Juiz de Fora é semelhante ao descoberto pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, em novembro, quando uma quadrilha foi desmantelada por conseguir quebrar a tecnologia antes considerada totalmente segura dos chips para clonar os cartões. Fato que era inédito no Brasil.