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Obras viárias de Juiz de Fora só ficam prontas em 2024

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O conjunto de obras viárias de Juiz de Fora, anunciado pelo então prefeito Custódio Mattos (PSDB) em 2012, e que até o momento resultou na entrega de três pontes sobre o Rio Paraibuna, deverá ser concluído apenas em novembro de 2024. A informação é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), que estendeu o prazo, inicialmente a vencer em outubro deste ano, após readequações no cronograma previsto. Até lá, caberá ao município solicitar a aprovação dos projetos e licitar seis grandes intervenções no trânsito que terão, entre outros objetivos, eliminar os conflitos viários com a linha férrea.

São elas: dois viadutos (Rua Mariano Procópio e Bairro Barbosa Lage), dois mergulhões (um entre as avenidas Francisco Bernardino e Brasil e outro na Rua Benjamin Constant) e mais uma ponte (também no Barbosa Lage). Outra obra, que será a próxima a ser executada, é um braço do Viaduto Augusto Franco, elevado que une a Avenida Brasil ao entroncamento das avenidas Getúlio Vargas e Itamar Franco, ao lado da Praça Antônio Carlos. A ideia é possibilitar os carros descerem, a partir do viaduto, para a Avenida Francisco Bernardino, próximo à Praça da Estação (ver arte).
Todas as obras, incluindo as pontes já inauguradas, deverão custar aos cofres públicos R$ 81,38 milhões, sendo R$ 16,27 milhões de contrapartida do município e o restante da União. No que se refere aos recursos próprios, a Prefeitura já investe aproximadamente R$ 11 milhões no Viaduto do Tupynambás, que é outra obra do conjunto e que está em execução desde o ano passado.

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Este montante, porém, não sai diretamente dos cofres municipais e sim de uma disponibilidade financeira que já existia junto ao Governo de Minas desde a Governo Custódio. O elevado, já nomeado em homenagem ao engenheiro Renato José Abramo, vai interligar as ruas Tenente Coronel Delfino Nonato, Romeu Arcuri e Osório de Almeida.

A Tribuna esteve no canteiro de obras na última semana e observou movimentação intensa dos trabalhos. Na verdade, trata-se de dois viadutos, sendo um para cada fluxo de direção. Um deles, mais adiantado, já recebe a concretagem do piso, enquanto o outro já tem as vigas de sustentação instaladas. A Prefeitura informou que 45% das obras físicas estão concluídas, mas não divulgou qual o prazo previsto para a inauguração.

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Braço do Viaduto Augusto Franco está para ser licitado

O braço do Viaduto Augusto Franco tem orçamento estimado em cerca de R$ 3,14 milhões, valor que pode oscilar para mais ou menos de acordo com o resultado da licitação. Quando pronto, ele deverá cumprir a função de desafogar o fluxo no entorno da Praça Antônio Carlos, sobretudo do transporte público.
O Dnit informou que o projeto está “em vias de ser aprovado, e a obra será licitada imediatamente” após este trâmite. De acordo com a Prefeitura, o projeto pronto será entregue “em breve” ao Governo federal, já solicitando a autorização para abertura do processo licitatório.
Na sequência, estão previstas as obras dos mergulhões, cujos projetos estão sendo elaborados. De todo o convênio, a Prefeitura afirma que já cumpriu a contrapartida para execução de R$ 42 milhões. Entre 2012 e 2016, o Dnit entregou à Prefeitura R$ 24,45 milhões, em seis parcelas desiguais, sendo a menor de R$ 458 mil e a maior delas de R$ 10 milhões. Os recursos resultaram na inauguração das pontes sobre o Rio Paraibuna, na Avenida Brasil e no custeio de projetos.

Frota de veículos cresceu 30% desde 2012

Quando as obras foram anunciadas, em 2012, Juiz de Fora tinha aproximadamente 197 mil veículos emplacados, conforme o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Hoje somam-se mais 57 mil veículos nas ruas e, estimada a mesma proporção de crescimento, a frota será de 355 mil em 2024. A Prefeitura foi questionada se tais intervenções ainda serão benéficas para reduzir os gargalos no trânsito local e, em nota, informou que “o estudo realizado projetou o tráfego para, pelo menos, os próximos 15 anos”.
Na opinião do engenheiro Luiz Antônio Moreira, especialista em planejamento em transporte urbano e engenharia de tráfego, com o alongamento do prazo de execução, é preciso reanalisar a efetividade das intervenções propostas. Segundo ele, em cidades com mais de 500 mil habitantes, como é o caso de Juiz de Fora, obras viárias são cada vez mais caras e menos efetivas. “Não tem como fazer uma obra destas e a interferência no fluxo ser grande. Na verdade, o que vamos observar são melhorias muito pontuais, mas os problemas continuarão no entorno”, disse, acrescentando que a retirada da linha férrea do perímetro urbano seria a melhor solução.

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Metas
O Dnit informou, em nota, que as metas previstas no convênio entre o Município e a União serão todas cumpridas, com a ideia de licitar e executar uma intenção viária por ano. Segundo o departamento, isso é necessário para evitar colapso no trânsito da cidade, “em função da complexidade das obras”. A Prefeitura confirmou a informação, acrescentando que o prazo foi estendido, também, porque as verbas previstas não vieram a tempo em sua totalidade. Conforme o projeto inicial, disponível no Portal de Convênios do Governo federal, o Siconv, os recursos deveriam ser pagos entre os anos de 2012 e 2013.

Em execução desde o ano passado, elevado já tem 45% das obras físicas concluídas, mas não há prazo previsto para inauguração

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