A Polícia Civil de Juiz de Fora, por meio da Inspetoria Regional de Investigadores e a Delegacia Especializada Antidrogas (DEA), deflagrou a “Operação Murum”, que culminou na maior apreensão de drogas e armas da história de Juiz de Fora, e a maior em Minas Gerais este ano. Um homem foi preso em flagrante e encaminhado ao Ceresp. A polícia não forneceu dados sobre o autor. As investigações terão continuidade para que se chegue ao grupo responsável pelo esquema de tráfico. As informações sobre a operação policial foram divulgadas nesta quarta-feira (22).
Após mais de três meses de investigação, os policiais chegaram a um sítio no distrito de Torreões, que funcionava como uma espécie de porto seco para o armazenamento e a distribuição das drogas e do armamento, considerado de guerra. Num caminhão com fundo falso, que estava no imóvel, foram apreendidas três toneladas de maconha; oito fuzis; duas escopetas calibre 12; 23 pistolas 9mm, sendo que seis destas estavam modificadas com kit rajada para funcionarem como submetralhadoras; dois revólveres; uma mira telescópica, uma mira holográfica e uma grande quantidade de munições.
A operação teve início na tarde de terça-feira (21) e seguiu na madrugada de quarta. Apesar de não terem sido apresentados dados de operações anteriores, a Polícia Civil já considera a maior apreensão realizada na cidade e estima que o recolhimento dos materiais tenha acarretado em cerca de R$ 5 milhões de prejuízo à organização criminosa.
“Foi uma operação de extrema importância, por meio da qual conseguimos tirar de circulação uma expressiva quantidade de droga e armamento de guerra. As escopetas calibre 12 possuem carregador de alta capacidade, a mira telescópica permite atirar com precisão a uma distância de 600, 700 metros”, ressalta o delegado regional, Armando Avólio Neto.
A suspeita é de que o material apreendido teria procedência do Paraguai e seria distribuído para Juiz de Fora e região, além de outros estados como Rio de Janeiro. “Há algumas armas que têm as características das que são utilizadas pelo crime organizado no Rio”, destacou o delegado titular da DEA, Rogério Woyame.
Combate ao crime violento
Na avaliação do delegado Armando Avólio Neto, a apreensão contribui para a redução de crimes violentos, uma vez que recolhe materiais que seriam utilizados por organizações criminosas. O trabalho de combate a estes crimes é realizado pelas polícias Civil e Militar. Ao longo de 2018, cerca de mil armas de fogo foram apreendidas na cidade e em outros 85 municípios que integram a 4ª Região da PM. O número foi 10% superior ao de armamentos recolhidos em 2017.
Em fevereiro, a Polícia Civil desmantelou uma organização criminosa que dominava o tráfico de drogas no Bairro São Benedito e região. Na ação, 26 pessoas foram presas. Foram apreendidos drogas, carros de luxo e R$ 120 mil. Entre outubro e novembro do ano passado, a Delegacia Especializada Antidrogas realizou três apreensões seguidas.
No dia 10 de outubro, cinco pessoas foram detidas após os policiais encontrarem cerca de uma tonelada de maconha e mais de 500 munições durante operação que se estendeu pelos Bairros São Pedro, Nova Califórnia, Benfica, Nova Era e Vitorino Braga. No dia 31 do mesmo mês, foram apreendidos 260 quilos de maconha no Bairro Linhares, e no dia 9 de novembro, foram encontrados 30 quilos de maconha em imóvel na Vila Olavo Costa.