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Pela primeira vez, JF não tem pacientes ocupando leitos de UTI Covid no SUS

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Conforme pesquisadora, outras doenças também contribuem para aumentar risco de morte e de internação em leitos de UTI (Crédito: Gil Leonardi- Imprensa MG)

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Desde a confirmação do primeiro caso de Covid-19 em Juiz de Fora, em março de 2020, as Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) voltadas para pacientes com a doença em hospitais do SUS nunca estiveram desocupadas. A situação mudou na última quinta-feira (21), quando o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde (SS) apontou ocupação zerada, tanto em leitos de UTI Covid, quanto em leitos de enfermaria. Nos hospitais privados, apenas três pessoas seguem internadas com a doença.

A marca é histórica no combate à pandemia, visto que Juiz de Fora já chegou a ter ocupação de quase 100% dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19. A situação mais crítica foi observada em abril de 2021, quando a cidade registrou o recorde de 652 pessoas internadas simultaneamente nas UTIs Covid. Na época, a ocupação ultrapassava 98,5% no SUS. No início de 2022, a demanda nos leitos também foi alta, principalmente devido à transmissão da nova variante, a Ômicron. Em fevereiro, a cidade estava com 98,44% dos leitos de UTI Covid preenchidos.

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A notícia inédita de que, pela primeira vez, os leitos para tratamento de pacientes com Covid-19 no município estão vazios trouxe, acima de tudo, esperança e alívio para os profissionais que atuaram nesta frente de batalha. A enfermeira intensiva do Hospital Universitário da Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), Marina Abreu, afirma que a informação trouxe um sentimento de realização, não apenas para os trabalhadores da saúde, mas para todos os que tiveram algum familiar internado com a doença nas UTIs. “É também um sentimento de verdadeira gratidão a todos aqueles que estiveram envolvidos de alguma forma no combate à pandemia, desde equipe da higiene e limpeza até o corpo clínico.”

Marina, que tem mais de dez anos de experiência trabalhando em Unidades de Terapia Intensiva, afirmou que, nos últimos dois anos, viveu experiências que nunca antes havia presenciado. “A insegurança foi enorme. Não sabíamos como a doença iria evoluir, como ela era transmitida, então ficava aquela incerteza se iríamos levar o vírus para casa ou não. E tinham todas as questões do tratamento em si. Nós tínhamos que trabalhar com um equipamento que era muito restritivo, que limitava nosso contato com o paciente, então ele acabava ficando isolado, sem ter também o contato com a família.”

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Para a enfermeira, o momento em que vivemos atualmente, de bons indicadores epidemiológicos da doença, é fruto de um trabalho cultivado ao longo de toda pandemia, de conscientização e prevenção. “O cansaço emocional foi muito grande, principalmente por ter que conviver diariamente com a perda de pessoas queridas. Agora nós partimos para outros rumos, lidar com as sequelas que ficaram desses períodos, tanto emocionais, quanto físicas.”

Vacinação em massa proporcionou melhora do cenário

O médico pneumologista e chefe da UTI do HU, Bruno Pinheiro, afirma que os índices atuais são a confirmação de que a ciência traçou um bom caminho. “Isso é fruto da vacinação em massa. À medida em que a cobertura vacinal aumentou, nós tivemos uma diminuição dos casos e, principalmente, das formas graves. Seguramente podemos afirmar que a vacinação é a principal responsável por esse feito.”

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Com relação a perspectivas futuras, Pinheiro afirma que é importante continuar monitorando a Covid-19, mas sem alarde. “Temos que acompanhar se, daqui pra frente, teremos ou não um novo aumento de casos, atentos aos resultados das pesquisas, para saber como se comporta o organismo na medida em que o efeito da vacina vai passando, para assim acertar a periodicidade na qual os reforços deverão ser aplicados.”

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