[Relaciondas_post]Nesta sexta-feira (21), segundo dia de depoimentos do caso sobre a morte de Matheus Goldoni Ribeiro, 18 anos, cujo corpo foi achado segunda-feira nas águas da cachoeira do Vale do Ipê após cerca de 56 horas de desaparecimento, o delegado Rodrigo Rolli afirmou ter conseguido esclarecer alguns pontos. Segundo o titular da Delegacia Especializada de Homicídios, o rapaz de 21 anos que se envolveu em uma briga na boate Privilège com o jovem afirmou, ao prestar declarações nesta sexta, que desferiu um soco contra o rosto de Matheus, que teria “dado em cima” de sua namorada e o provocado em um segundo momento, quando a garota estava no banheiro. O agressor disse, ainda, que Matheus estava exaltado e que seguranças logo intervieram. Nesse momento, o rapaz ouvido foi levado para um corredor, enquanto o jovem agredido foi colocado para fora da casa noturna.
“O depoimento foi muito elucidativo para a investigação, tendo em vista que mostrou que não foi Matheus que agrediu e, sim, foi vítima da agressão. Isso nos leva justamente à uma pequena lesão que ele apresentava dentro da boca”, explicou o delegado, acrescentando que falta identificar a origem dos ferimentos em uma das mãos do jovem. A hipótese levantada é de que as lesões teriam sido causadas durante o dano de retrovisores de, pelo menos, quatro carros estacionados na Estrada Engenheiro Gentil Forn. “Houve alguns retrovisores quebrados, inclusive os proprietários dos veículos já estão intimados para a próxima semana, contudo ainda temos que comprovar se realmente ele (Matheus) foi o autor ou não dos danos nesses veículos.”
O delegado enfatizou que continua focado no objetivo de esclarecer o que aconteceu no trajeto entre a porta da boate e o local onde o jovem foi encontrado morto. “Esse é o ponto ainda intrincado da investigação, que merece nossa maior atenção e cuidado. É nisso que estamos trabalhando: determinar o que efetivamente aconteceu entre a saída do Matheus da boate até o local onde foi encontrado seu corpo.” Ele acrescentou que pretende ouvir pessoas que estavam no entorno da boate Privilège para poder esclarecer os fatos.
Estado anímico
Ainda conforme Rolli, enquanto não sai o laudo das vísceras de Matheus, encaminhadas para exames toxicológico e de alcoolemia em Belo Horizonte, com prazo para conclusão de 30 dias, o depoimento desta sexta também ajudou a clarear outro ponto: “Tivemos a demonstração do estado anímico dele (Matheus), a forma comportamental como se encontrava na boate, que será corroborada através dos depoimentos da namorada desse garoto que foi ouvido hoje (sexta) e de outras testemunhas arroladas para semana que vem.” O delegado ponderou que aguarda o resultado do exame. “Segundo a testemunha, ele (Matheus) estava bastante agitado, aparentando estar sob efeito de alguma substância, bebida alcoólica provavelmente, mas isso ainda será corroborado com outros depoimentos que vão ser prestados e, principalmente, com o laudo.”
De acordo com Rolli, os próximos passos da investigação serão intimar outras pessoas que possam colaborar. “Surgiram dois nomes novos no depoimento de hoje (sexta), fora os outros sete que apareceram nas oitivas de ontem (quinta).” As duas pessoas que apareceram nas oitivas são um rapaz que seria amigo em comum dos dois envolvidos na briga e que teria presenciado o desentendimento entre eles, e um jovem que teria comentado com o agressor, já do lado de fora da boate, que Matheus teria corrido tanto que seria impossível o segurança alcançá-lo.
“Depois disso provavelmente vamos proceder algumas acareações de contradições nos depoimentos com o intuito de melhor esclarecer os fatos”, afirmou o titular da Homicídios. O delegado aguarda o laudo da necropsia na semana que vem, mas enfatizou que o óbito já foi confirmado como “asfixia por afogamento”. Ele continua não descartando hipóteses para a morte do jovem, como crime violento ou causa natural.