Após a Secretaria de Dissídios Coletivos e Individuais do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região se manifestar sobre a greve dos rodoviários, que se estende desde a última terça-feira (18), parte da frota do transporte coletivo voltou a circular durante a madrugada pelas ruas de Juiz de Fora nesta sexta (21). A informação foi confirmada pelo vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinttro), Claudinei Janeiro.
Na nova decisão, o desembargador do Trabalho Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto determinou “imediata cobrança da multa fixada no valor de R$ 50 mil”. Em caso de novo descumprimento da ordem judicial, o desembargador decidiu ainda pela majoração do valor da multa, para R$ 70 mil. O desembargador determinou ainda a expedição, com urgência, de ordem de bloqueio do montante nas contas bancárias do Sinttro.
O não cumprimento da decisão liminar, que exigia os 60% dos veículos circulando, foi classificada como “inequívoca afronta”. Assim, o juiz afirmou que, diante da “gravidade dos fatos”, não caberia deixar sem resposta “grave conduta do Sinttro”.
Apesar do retorno de parte das atividades, a greve dos profissionais prossegue até que categoria e empresários cheguem a um consenso sobre salários, cesta básica e tíquete-alimentação. O vice-presidente do Sinttro declarou, entretanto, que em algumas empresas não apareceu número de profissionais suficientes para colocar o percentual de veículos determinado pela Justiça em circulação. “Desde as 2h, nós estávamos nas portas das garagens para fazermos cumprir a decisão”, disse.
Um motorista, que preferiu não se identificar, disse à reportagem que retornou hoje às atividades por volta das 4h. “Eu estava todos os dias na manifestação, mas foi feito o comunicado para que pudéssemos voltar e assim eu fiz. Nossa luta continua e vamos aguardar os próximos dias para ver se as coisas serão decididas a nosso favor”, declarou.
Trânsito
Diferente daquilo que foi visto ao longo da semana, nesta sexta-feira os pontos de ônibus voltaram a ser ocupados por pessoas à espera dos coletivos. Da Zona Sul até a região central, todos os pontos têm movimento. Apesar disso, a fileira de carros já era intensa antes das 8h. Desde terça-feira (18), muita gente resolveu tirar seus veículos da garagem, uma vez que não quiseram se arriscar no transporte realizado pelas vans e também por aplicativos. “Como amanhã não trabalho, decidi ir de carro hoje. Fiquei com medo de os ônibus pararem de repente e, sexta-feira é dia de chegar em casa mais cedo”, contou sorrindo o profissional de recursos humanos Leonardo Cerqueira, acompanhando da esposa. Ambos trabalham na mesma empresa e normalmente usam o transporte público para se deslocar.