Atualizada às 14h42
O policial militar reformado José William de Oliveira, 52 anos, saiu preso do Fórum Benjamin Colucci, na noite desta terça-feira (20), após ser condenado a nove anos e quatro meses de reclusão em regime fechado pelo homicídio da dona de casa Maria de Lourdes Silva Estevam, 51, em 2012. A vítima foi baleada na cabeça por um tiro de pistola 380 na presença do marido e da filha, de 17 anos na época, na frente de um bar no Bairro Ipiranga, na Zona Sul de Juiz de Fora. Na ocasião do crime, o réu era cabo da PM e estava de folga. Durante uma confusão envolvendo seu veículo, ele teria feito vários disparos contra o esposo da vítima, não o atingindo e alvejando Maria de Lourdes.
O julgamento do militar começou na tarde de terça no Tribunal do Júri e foi presidido pelo juiz Paulo Tristão, sendo concluído às 21h. A sentença foi proferida pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, em decorrência de uma mera discussão com o marido da vítima, e por uso de recurso que impossibilitou a defesa dele, já que o homem alvo da ação criminosa estaria de costas quando o policial começou a atirar. A decisão levou em conta o réu não possuir antecedentes, mas também o fato de um grande número de disparos ter sido feito diante de um aglomerado de pessoas, inclusive crianças. A pena inicial seria de 16 anos, mas o condenado recebeu atenuante de dois anos por confessar ser o autor do disparo que atingiu e causou a morte da vítima e também diminuição de um terço da pena por ser considerado semi-imputável, conforme laudo pericial apresentado.
Segundo o processo, no dia dos fatos, José Willian estacionou seu veículo Gol perto de um bar, na Avenida Darcy Vargas, onde era realizada uma festa, quando um motociclista esbarrou no carro dele, ocasionando uma discussão entre eles. O militar desferiu um tapa no rosto do condutor, o que fez o marido da vítima intervir na situação, motivando os tiros contra ele.
O atirador deixou o local em um carro e, apesar das buscas realizadas por policiais militares, não foi encontrado e só se apresentou à Polícia Civil três dias depois. A vítima ficou internada por 19 dias depois de ter sido baleada na região frontal do crânio. Desde o dia do crime, ela permaneceu em estado grave, sedada e respirando com a ajuda de aparelhos. Na época, o suspeito não chegou a ser preso e respondeu o processo em liberdade. Segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), José William está no Ceresp à disposição da Justiça desde quarta (21).