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Juiz de Fora fica estagnada em ranking de saneamento básico

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Pelo segundo ano consecutivo, Juiz de Fora ocupa o 70º lugar entre a lista das cem maiores cidades do país quando o assunto é saneamento básico. De acordo com divulgação feita nesta segunda-feira (20) pelo Instituto Trata Brasil, que analisa os indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a cidade manteve-se estagnada no que se refere ao abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Apesar de o município ter melhorado desde sua última pior colocação – 71º lugar, em 2021 – ainda está distante de sua melhor performance em relação ao tratamento de água e esgoto, que aconteceu em 2009, quando alcançou a 16ª colocação na lista. Em 2022, o 70º lugar também ficou com Juiz de Fora.

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Para o professor do Departamento de Engenharia Sanitária Ambiental da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Edgard Henrique Oliveira Dias, a situação pouco se modificou de lá para cá. “Os índices de abastecimento de água (97,84% em 2007; 95,96% em 2021) e de coleta de esgoto (97,03% em 2007; 94,67% em 2021) sofreram pequenas oscilações. Ainda é possível observar um aumento do índice de tratamento de esgoto, de 0,85% em 2007 (ano base da pesquisa publicada em 2009) para 7,42% em 2021 (ano base da pesquisa publicada em 2023)”, explica ele, a partir dos dados disponíveis no SNIS. Com isso, ele considera que a posição da cidade no ranking evidencia, então, a melhora do saneamento nos demais municípios.

Segundo Edgard Dias, essa estabilização de Juiz de Fora revela também que embora os índices de abastecimento de água e esgoto sejam elevados, a influência negativa do baixo tratamento de esgoto ainda reverbera. Com isso, “os índices não apresentam melhora no saneamento local”, conclui o professor.

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A Tribuna questionou à Cesama o que poderia ser melhorado no serviço prestado, mas não obteve resposta. A companhia também não respondeu qual é a avaliação sobre a estagnação de Juiz de Fora no 70º lugar no ranking nacional de saneamento básico. Em nota enviada ao jornal, a assessoria do órgão respondeu apenas que “a partir da inauguração da elevatória de esgoto da Independência, feita em 2022, a Cesama passou a tratar 31% do esgoto gerado na cidade. Para o futuro, as projeções da prestadora de serviços é que, até o fim do ano, 42% do esgoto chegue a ser tratado.”

‘Tratamento de esgoto precisa ser expandido’

Para o professor da UFJF, a situação de tratamento de água é muito satisfatória, apesar de a lista do Instituto Brasil não apontar grandes melhoras no ranking. O problema, porém, aparece quanto ao tratamento de esgoto, que precisa ser expandido. Segundo Edgard Henrique, a boa notícia é que já existem planos de ampliação da estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Barbosa Lage, assim como o aumento da vazão aportada na ETE União Indústria e o plano de construção de uma nova ETE para a região do baixo Santa Luzia.

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Assim, a longo prazo, a repercussão dessas obras de tratamento poderiam colocar o município em uma boa situação. Embora não se trate de um processo simples, por meio de investimento, tratamento e planejamento, é possível atingir índices de excelência, conclui o professor.

Atualmente, as cidades que mais conseguiram desenvolver seu sistema de saneamento básico são São José do Rio Preto (SP), Santos (SP), Uberlândia (MG), Niterói (RJ) e Limeira (SP). Já os cinco piores são São Gonçalo (RJ), Santarém (PA), Porto Velho (RO), Marabá (PA) e Macapá (AP). Ao todo, apenas Uberlândia (terceiro lugar) aparece entre os melhores sistemas em Minas Gerais. Já na classificação das piores cidades, nenhum município de Minas Gerais é citado.

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