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Tradição resgatada: rua ganha as cores da Bandeira do Brasil

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O verde, amarelo, azul e branco agora estão por toda a Rua Antenor Celso Rizzato, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, Zona Sudeste de Juiz de Fora. As cores se destacam, seja nas bandeiras, na pintura no chão e até mesmo no corpo dos moradores e voluntários que se reuniram, neste sábado (19), na decoração para a Copa do Mundo.

Asafe Reis e o Breno Lemos, ambos de 9 anos, são moradores do bairro e estavam empenhados na decoração e foram responsáveis por pintar uma grande bandeira no Brasil logo no início da rua (Foto: Felipe Couri)

O trabalho começou às 13h e não tinha hora para acabar. “Vamos até o pessoal achar que tá decorado o bastante”, disse Gabi Mendes, moradora do bairro e fundadora do Florescer, projeto social responsável pela ação.

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Há quatro anos o Florescer atua no Bairro Nossa Senhora de Lourdes. Desta vez, a equipe se mobilizou para trazer de volta uma tradição que está cada vez mais rara, a pintura das ruas na época da Copa. “Tudo foi arrecadado por doações, a tinta, os fitilhos, o lanche que a gente vai distribuir para as crianças mais tarde. Foi uma mobilização, tanto do Florescer, quanto dos moradores aqui do bairro.”

Clima de festa e união

Ação foi organizada pelo grupo Florescer (Foto: Felipe Couri)

O clima era de festa. Uma festa que se faz mesmo sem saber o resultado da competição. Até porque, em época de Copa do Mundo, ganhar não é o essencial.

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“O objetivo é fazer todo mundo vestir a camisa do Brasil e vir ser feliz com a gente”, afirmou Gabi.

Ao longo da tarde, mais gente foi chegando, principalmente crianças. O Asafe Reis e o Breno Lemos, ambos de 9 anos, são moradores do bairro e estavam empenhados na decoração desde o início. Eles foram responsáveis por pintar uma grande bandeira no Brasil logo no início da rua. Sobre a missão, Asafe disse ser muito importante para deixar o bairro com a cara da Copa do Mundo. “A rua tem que ficar muito bonita porque esse ano o Brasil vai ser hexa e com um gol do Neymar.”

O Nathan da Silva, de 11 anos, estava otimista, mas nem tanto.

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“O negócio é se o Brasil perder, vai ser difícil. Eu tenho esperança que ele vai ganhar, mas se ele perder vai ser difícil, porque já pintamos a rua toda. Pelo menos vai ficar bonita para assistir o jogo”.

A Maria Clara Ferreira, de 10 anos, mora em uma casa bem ali na Rua Antenor Celso Rizzato e disse que vai ficar muito feliz de ver aquelas cores todos os dias.

“Está sendo muito legal ver todo mundo reunido aqui hoje pintando a minha rua.”

O sentimento é compartilhado por José Maria Talha, morador do bairro há mais de 10 anos. Na companhia da esposa, ele observou as crianças e jovens trabalhando ao longo da tarde.

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“Muito bom, traz alegria pra gente que mora aqui.”

Ação mobilizou crianças e outros moradores de rua no Bairro de Lourdes (Foto: Felipe Couri)

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Uma Copa diferente das outras

As voluntárias do projeto Florescer Marina Itaborahy e Larissa Silva concordam que a Copa do Mundo de 2022 é diferente de todas as outras. “Eu sinto que o pessoal tá mais animado nesse ano, acho que porque a gente saiu de uma pandemia, a galera tá animada para se reunir e comemorar de novo”, disse Marina.

Larissa afirma que é bom poder vestir a camisa do Brasil sem necessariamente estar vinculada a um partido político.

“Acabamos de sair de um processo eleitoral muito polarizado, então acho que a Copa vem pra trazer a leveza que a gente precisava e unir o país todo em um único propósito.”

Todos os materiais utilizados na decoração foram doados (Foto: Felipe Couri)

Por volta das 15h foi hora do lanche, com pipoca, refrigerante, salgadinho e picolé, de graça e para quem quisesse pegar. A comida também foi doada por moradores e por associados ao Florescer.

Mais tarde, segundo as voluntárias do projeto, ia ter banho de mangueira, sem contar a partida de futebol que acontecia na rua ao lado, com a participação dos moradores mais velhos.

Dalila da Silva, a princípio observava a festa da janela, mas logo desceu para ver mais de perto o trabalho das crianças. “Na nossa época, há 20 anos, a gente se reunia pra pintar a rua, um dava uma tinta, outro dava outra. Hoje em dia é mais difícil de ver. Mas achei muito boa a iniciativa, reúne as crianças do bairro, que às vezes nem se conheciam, porque hoje em dia só ficam dentro de casa.”

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