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Jovens embaixadores levam inspirações sobre realidade brasileira aos EUA

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Nove adolescentes estadunidenses estiveram em Juiz de Fora e tiveram contato com aspectos sociais, econômicos e culturais do Brasil (Foto: Olavo Prazeres)

Entre quase 30 destinos possíveis, o Brasil foi escolhido por um grupo de 28 jovens embaixadores estadunidenses, que estiveram no país ao longo do mês de junho, convivendo com famílias brasileiras e conhecendo mais sobre aspectos culturais, sociais e econômicos. Nove deles foram recebidos em Juiz de Fora, e tiveram uma programação intensa durante a passagem pela cidade. O objetivo da visita era proporcionar vivências relacionadas à realidade brasileira, às quais eles não teriam acesso sem o intercâmbio. Eles embarcaram de volta para a América do Norte nesse domingo (17), após permanecerem cerca de uma semana no país. Outros dois grupos visitaram as cidades de Guarapuava (PR) e Salvador (BA).

Em Juiz de Fora, os jovens estiveram em locais como Morro do Cristo, o planetário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e a feira livre, tiveram aulas de capoeira, samba, maracatu e forró. Os jovens embaixadores também lidaram com a dinâmica da cidade. “Eles aprenderam com a cultura local, viram televisão, usaram o transporte público, conheceram pessoas, conviveram com famílias. Essas experiências, fora do padrão tradicional de ensino, contribuem muito para a formação cultural e social, além de propor uma reflexão sobre o sistema educacional deles. O impacto é enorme, porque essas relações vão prepará-los para a faculdade ou para qualquer outra coisa que eles queiram fazer após se formarem no ensino médio”, ressaltou Kelsey Cloonan, coordenadora do intercâmbio, que lidera um grupo de jovens embaixadores pela quarta vez.

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O processo de seleção dos embaixadores foi constituído por algumas etapas, envolvendo candidatos de diversas regiões dos EUA. Eles passaram por produção de textos, entrevistas e intensa preparação, e escolheram o Brasil por conta da riqueza cultural e da diversidade, fatores preponderantes para a decisão de vir ao país. “O programa é formado por estudantes que não teriam a oportunidade de fazer uma grande viagem como essa por meios próprios. Eles vêm de escolas e comunidades com recursos médios, que nem sempre recebem grande atenção do Governo. Esse trabalho também é uma forma de mostrar que eles podem ser bons representantes para o país, já que também vêm de várias partes dos EUA”, explicou a coordenadora.

De acordo com ela, a seleção de estudantes, com idades entre 15 e 17 anos, foi muito disputada. O programa teve início em Washington DC, Distrito Federal e capital dos EUA. “Eles foram ao departamento de Estado, onde conheceram pessoas influentes e aprenderam quais são as atribuições de um embaixador, como ele deve representar o seu país. Depois, viajamos para Brasília e visitamos a embaixada, onde eles fizeram atividades em grupo e se aprofundaram no estudo da cultura e da língua, e observaram como acontecem as relações entre Brasil e Estados Unidos”, detalhou a coordenadora do intercâmbio. O coordenador auxiliar, Michael Creedon, ressaltou que todos os participantes, além de passarem pela seleção, desempenham papel de líderes.

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Aprendizado

Como o foco do Programa Jovens Embaixadores é o voluntariado e a justiça social, eles partem dos Estados Unidos com uma ideia de projeto que possa ser implantado em suas comunidades. O aprendizado com a realidade brasileira, os conhecimentos e tecnologias empregados aqui servem de inspiração para que eles atuem em seu lugar de origem. “O Brasil tem uma diversidade muito grande e interessante. Muitas pessoas vêm de outros países para conhecer”, justificou a estudante Piper Scannell, de Louisville, Kentucky, sobre a preferência dos jovens embaixadores pelo Brasil, entre as 27 opções de lugares. “Em junho, não tínhamos ideia do que encontraríamos, mas, agora, percebemos que há muitas coisas em comum. Mas também há muita diferença, especialmente na alimentação, no modo de expressão, nos hábitos”, completou Piper.

As questões sociais foram destacadas por Ben Anderson, de Little Rock, Arkansas. “Pessoalmente, vim aprender com o trabalho social para ter uma melhor perspectiva de como gerar impacto na realidade da minha comunidade. Com a visão que tive da educação e do conhecimento do Brasil, espero conseguir boas soluções para problemas parecidos.” Ben também comentou que não esperava ver uma influência tão grande dos Estados Unidos no país.

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Na visão de India Ibrahim, da cidade de Washington DC, há muitos aspectos semelhantes entre as cidades norte-americanas e Juiz de Fora. “Principalmente em relação aos problemas enfrentados e o modo de vida. O Brasil é muito bonito, maravilhoso, e quero fazer com que as relações entre os estadunidenses sejam como as dos brasileiros.” Algo que surpreendeu a estudante Hannah Johnson de Memphis, no Tennesse foi a forte presença da herança afrodescendente na sociedade. “É muito representativa. Há um orgulho muito forte da cultura negra e ela prevalece no dia a dia.”

A coordenadora do grupo, Kelsey Cloonan, ressaltou ainda que a experiência ajuda a construir outros laços. “Quando começamos, ficamos nervosos, porque nem sempre temos como saber como vai ser a dinâmica do grupo. Mas vamos desenvolvendo essa relação, é sempre uma grande jornada. É legal quando, ao final da viagem, vemos que criamos uma família. Algumas vezes acontece e é muito bom.”

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