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Espero reduzir em 80% o número de mandados

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Adilson Stolet, secretário de Saúde (Fernando Priamo/09-04-15)

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Há cerca de duas semanas na chefia da Secretaria de Saúde, o médico Adilson Stolet afirma que irá priorizar a busca por soluções para a falta de medicamentos na cidade e realizar as adequações exigidas pela Vigilância Sanitária no Hospital de Pronto Socorro (HPS). Em entrevista exclusiva à Tribuna, o novo titular da pasta antecipou algumas ações que devem ser anunciadas em breve. Entre as novidades, está a implantação de um novo sistema de logística para os medicamentos, que visa concentrar os processos de compra e distribuição em uma mesma entidade. O projeto está sendo elaborado por Stolet, baseado em sua experiência como diretor nacional do Programa Farmácia Popular do Brasil. Preocupado com a crise econômica que assola o país, o secretário se mostra pé no chão e enfatiza que irá buscar formas econômicas de sanar os problemas de saúde de Juiz de Fora. Sem recursos, a Prefeitura não deve realizar concurso público para efetivação de médicos, por enquanto. Segundo ele, a falta de profissionais será solucionada pontualmente. O secretário ainda descartou a possibilidade de inauguração do Hospital Regional para este ano. Segundo ele, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, mostrou-se interessado em finalizar as obras da unidade, mas a falta de recursos deve adiar a retomada do empreendimento. – Tribuna: Qual será a prioridade da sua gestão? – Adilson Stolet: Vou começar pelos principais problemas que vi na cidade, que são a infraestrutura do Hospital de Pronto Socorro (HPS) e a falta de medicamentos.   – A falta de medicamentos e insumos têm sido constante na rede SUS. A contratação da UniHealth não foi suficiente para regularizar a situação, já que ainda há lentidão nos processos de compra. O que o senhor pretende fazer? – A Prefeitura de Juiz de Fora decidiu realizar um novo processo licitatório para contratação dos serviços de logística de distribuição de medicamentos na rede pública municipal. O contrato com a empresa Unihealth, vencido em 31 de março deste ano, será renovado por um período determinado, até que a nova licitação seja realizada. Durante este tempo, a empresa Unihealth continuará atuando na cidade afim de que não haja nenhum prejuízo para a assistência farmacêutica do município. Eu venho de um trabalho no Ministério da Saúde onde a gente atuava com uma logística de medicamentos muito grande, abrangendo todo o país. Então, eu vejo com certa facilidade essa distribuição dentro de uma só cidade. Eu estou com um projeto que trabalha a chamada logística integrada reversa. O que a UniHealth faz é a parte de um todo, a parte física que envolve galpão, deslocamento, controle de produtos. Mas, do momento em que o produto é comprado até a entrega ao paciente tem muito mais que isso. A minha ideia é integrar tudo, a compra ser feita por uma única entidade, que ainda não sei qual vai ser. Precisamos fazer primeiro uma análise jurídica para avaliar isso. Depois de conversar com outras secretarias, ver a parte orçamentária, eu vou apresentar para o projeto para prefeito. A minha expectativa é que daqui 60 dias a gente esteja com alguma coisa funcionando.   – E os mandados judiciais? – Com esse projeto de logística integrada, eu espero reduzir em 80% o número de mandados. A ideia é que a gente tenha um estoque pequeno do que está sendo pedido nos mandados. Assim, quando chegar alguma demanda, a gente possa atender de imediato, sem que a pessoa precise acionar o judiciário.   – E para o HPS, quais são os seus planos? – No HPS nós vamos melhorar a forma de gestão e vamos cumprir todas as exigências da Vigilância Sanitária, que chegou a fechar um bloco da unidade. A gente não vai fazer tudo de uma vez porque tem pacientes lá e não tem como trocar a roda com o carro andando. Mas vamos cumprindo cada determinação. Tentar fazer isso o mais rápido possível.   – Outra expectativa do juiz-forano é com a inauguração do Hospital Regional, cujas obras deveriam ter sido entregues no mês passado. No entanto, elas estão atrasadas. Houve garantia, por parte do Governo do Estado, em repassar os R$ 37 milhões restantes? Há nova previsão de entrega da obra? – Quando o Hospital Regional ficar pronto, vai resolver o problema da cidade. Porque tem o Hospital Regional e tem o Hospital Universitário. Quando os dois ficarem prontos, Juiz de Fora será fantástica em termos de leito, de UTI, de emergência, de especialidades. Mas, o Hospital Regional depende da Secretaria de Estado de Saúde. A verba é toda estadual. A promessa de campanha do governador atual (Fernando Pimentel) é terminar os hospitais regionais. A Prefeitura já fez um contato inicial, mas não há uma definição clara de quando as obras serão reiniciadas. O Estado fala que está sem dinheiro. O governador mostrou interesse e vão recomeçar a construção, isso é certo. Mas não tem data. O hospital deveria ficar pronto ainda este ano, mas com certeza não irá ficar.   – E como o senhor irá resolver a falta de médicos da cidade? – Isso vamos atacar pontualmente porque estamos sem recurso e não podemos fazer ampla contratação. O correto seria a gente fazer um concurso público e regularizar tudo, porque aí teria uma estabilidade de quadro profissional. Mas, o município está sem dinheiro. E no Brasil, quem não controlar custos vai ter problema. Nós estamos tentando formas econômicas de sanar os problemas. A regra é não esbanjar. Nós vamos tomar muito cuidado com o dinheiro público. Cada centavo será muito bem aplicado.

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