Em ofício encaminhado à Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a Regional de Juiz de Fora da Associação Brasileira de Odontologia Regional (ABO-JF) e o Conselho Regional de Odontologia solicitam a inclusão de todos os profissionais de odontologia da rede pública e privada no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19 na cidade. O documento, encaminhado à PJF no último dia 3, classifica como profissionais de odontologia os cirurgiões-dentistas, técnicos e auxiliares de limpeza bucal. De acordo com o presidente da ABO-JF, Otávio Alberto da Costa Fartes, a mobilização se justifica em razão da alta exposição destes profissionais ao risco de contaminação pelo vírus.
“Diversos estudos científicos demonstram que o cirurgião-dentista está no topo do risco de infecção pelo coronavírus. Nós somos a única categoria de profissionais de saúde que atende o paciente sem que ele esteja com máscaras de proteção. Apesar de termos adotado os protocolos de biossegurança, estamos expostos de forma exponencial ao vírus. Isso é cientificamente comprovado”, afirma.
No documento encaminhado à Prefeitura, ao qual a Tribuna teve acesso, as entidades representativas pontuam que os profissionais de odontologia têm “contato direto com os fluidos da cavidade bucal do paciente, além do risco promovido pelos aerossóis decorrentes (do uso) da caneta de alta rotação”. Conforme Otávio Fartes, alguns procedimentos realizados dentro de um consultório odontológico podem aumentar em até 30 vezes a propagação de micro-organismos presentes na boca e orofaringe dentro do ambiente.
“Queremos que todos os profissionais de odontologia sejam rapidamente imunizados, para que os consultórios não sejam um foco de disseminação do vírus, devido à natureza do procedimento realizado. Não querendo sobrepor a nossa categoria às demais, mas existe essa peculiaridade na odontologia. Entendemos, inclusive, que os profissionais que estão dentro dos hospitais lidando diretamente com pacientes com Covid têm a prioridade em relação aos dentistas. Mas outras categorias profissionais estarem à frente na etapa de prioridade, acreditamos que não é o ideal, e isso é evidenciado em estudos”, defende.
Conforme o presidente da ABO-JF, a associação não havia recebido uma resposta oficial da Prefeitura até esta quarta-feira (17). A Tribuna também entrou em contato com a PJF, mas, até a noite desta quinta-feira (18), não obteve retorno.