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População corre aos postos, mas vacinas não são suficientes

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“O ideal é sempre optar pela prevenção”/ Marilúcia Vasconcelos, 47 anos, que foi à Uaps Centro Sul acompanhada da mãe e do filho, mas não conseguiu a imunização. (Foto: Fernando Priamo)

A rápida disseminação de informações sobre o surto de febre amarela na região Leste do Estado, inclusive com a confirmação de oito mortes pelo Governo de Minas ontem, tem levado as pessoas a se apressarem a procurar postos de vacinação em Juiz de Fora. A situação, no entanto, torna-se complicada diante da insuficiência de insumos no município para ofertar as doses com o aumento da demanda. Além disso, o Estado resolveu reforçar a distribuição apenas em áreas onde já há notificações de pessoas infectadas. A Tribuna esteve ontem à tarde no PAM-Marechal e na Uaps Centro Sul, na Avenida Rio Branco, onde encontrou cidadãos procurando as doses. A resposta que recebiam era a mesma: não há vacina. O receio pela disseminação do vírus te, levado aos postos, inclusive, quem já foi imunizado duas vezes, condição que já descarta a necessidade de nova aplicação. A Secretaria de Saúde reforça que não é necessário se apavorar. A procura, neste momento, deve ser feita apenas pela faixa etária incluída nas doses de rotina, que envolve crianças de 9 meses a 4 anos de idade, e aqueles que vão viajar para os locais afetados.

A pedagoga Marilúcia Vasconcelos, 47 anos, esteve na unidade Centro Sul com a mãe, Lourdes Vasconcelos, 71, e o filho Frederique Vasconcelos, de 10 anos. Ela buscava a dose para ambos, recebendo a informação de que a mãe necessitava da prescrição médica para a vacina. Já o filho foi imunizado apenas uma vez, nos primeiros meses de vida e necessitaria agora tomar a segunda dose, mas não conseguiu. “Já procuramos no Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente, na Rua São Sebastião, e agora aqui, mas nos informaram que não tem e que teríamos que voltar na sexta-feira. É um surto, e a situação pode ficar incontrolável. O ideal é sempre optar pela prevenção.”

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Fila

Já no PAM-Marechal é frequente a entrada e saída de pessoas no terceiro andar, aguardando na fila da sala de vacinação para saber sobre a imunização e sobre informações a respeito da aplicação. A auxiliar de serviços gerais Conceição Aparecida da Silva, 58, ouviu dizer que a doença está matando e correu à unidade. “Faço faxina na casa de um senhor, que trabalha com zoonose e me recomendou tomar o mais rápido possível. Chegamos aqui e nos informaram que não tinha a vacina”, afirma. Já o porteiro Eduardo da Silva, 40, disse já ter sido imunizado por duas vezes, mas quer garantir uma nova aplicação da dose. “Sempre quando tem vacina eu venho tomar, tenho meu cartão cheio. Já tomei duas vezes, e falaram hoje que não tem a dose. Mas vou voltar para procurar.”

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Dois milhões de doses solicitadas

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou que o Ministério da Saúde já disponibilizou mais de 1,4 milhão de doses para todo o estado até a última terça-feira, sendo solicitado ainda o envio de mais de 2 milhões. A expectativa é de que pelo menos 550 mil cheguem até 20 de janeiro. As doses estão sendo distribuídas prioritariamente a locais onde há casos suspeitos, assim como morte de primatas em investigação. Foram entregues às cidades de Governador Valadares, Diamantina, Manhumirim, Teófilo Otoni e Coronel Fabriciano. Cidades como Juiz de Fora continuam recebendo as vacinas dentro do fluxo rotineiro.

A chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde de Juiz de Fora, Michele Freitas, explica que o ciclo da doença é silvestre, atingindo especialmente áreas rurais. “Como não temos casos aqui, não há essa questão de alarme. Dá para esperar. Não tem necessidade de apavoramento, a não ser as pessoas que vão viajar para essas regiões. Além disso, é importante destacar que não estamos inteiramente desabastecidos. Em alguns postos, há vacina. Tivemos uma grande demanda diante das notícias, e o quantitativo não foi suficiente, resultando em um desabastecimento pontual. Mas o Estado já sinalizou que vai encaminhar mais doses nos próximos dias”, assegura. Juiz de Fora está situada em uma região de 37 municípios que deve receber, até o fim do mês, novas vacinas.

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“Chegamos aqui e nos informaram que não tinha a vacina”/ Conceição Aparecida da Silva,
58 anos, que procurou o PAM-Marechal e também não conseguiu se vacinar. (Foto: Fernando Priamo)
Sempre quando tem vacina, eu venho tomar”/ Eduardo da Silva, 40 anos, que esteve ontem no PAM-Marechal. (Foto: Fernando Priamo)
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