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Andradas tem hoje um dos piores gargalos do trânsito

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Entrada e saída de escola, além de passagem de trem, complicam tráfego (Marcelo Ribeiro)

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O forte adensamento das áreas periféricas de Juiz de Fora, associado à explosão da frota de veículos, causa impactos negativos no trânsito. Na Avenida dos Andradas, o tráfego, que já é intenso na maior parte do dia, torna-se caótico em horários de pico, transformando a via em um dos piores corredores de tráfego da cidade. Acesso do Centro para as regiões Norte, Nordeste e Cidade Alta, a via oferece infraestrutura menor do que a sua demanda. O problema fica pior em momentos específicos, como na passagem do trem, já na interseção com a Rua Mariano Procópio, em bairro homônimo, e na entrada e saída do Colégio Santa Catarina, por causa da travessia dos estudantes e dos carros e vans que estacionam na pista para embarcar e desembarcar os alunos. Além disso, a maioria dos pontos de ônibus não dispõe de baias e as interseções com outras vias movimentadas complica ainda mais o trânsito. Para os passageiros, é ainda pior, pois a avenida oferece poucas opções seguras de travessia e, como consequência, os abusos são flagrantes a todo o momento.

A Tribuna esteve na Avenida dos Andradas naquele que é considerado o pior dia e horário para estar ali, que é a sexta-feira, entre 17h e 18h30. Neste intervalo, as retenções eram observadas nos dois sentidos de circulação, sendo flagrante, em direção ao Bairro Mariano Procópio, desde a Rua Barão de Cataguases, e na direção contrária a partir do Museu Mariano Procópio. Pior fica quando todos os problemas da via se evidenciam ao mesmo tempo: a passagem do trem, a saída de crianças e adolescentes da escola e o deslocamento de carros, motos e ônibus que transportam trabalhadores e estudantes de volta para as suas casas. “Não tem para onde escapar. No fim da tarde, costumo levar quase 40 minutos até a linha do trem”, disse o bombeiro hidráulico Fernando Rosa, 43, morador do Bairro Nova Era, Zona Norte. “Já passou da hora de construírem o viaduto e colocar a avenida em mão única”, opinou o padeiro Renato Crispim, 31, que mora no Bairro Santa Terezinha.

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Projeto de viaduto

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Em 2011, a Prefeitura anunciou um conjunto de intervenções viárias para promover melhorias no tráfego e reduzir as retenções em pontos estratégicos do trânsito de Juiz de Fora. Passados mais de cinco anos, foram executadas apenas três pontes do projeto, e um viaduto, no Bairro Santa Teresa, está em fase de construção. A Avenida dos Andradas seria uma das beneficiadas deste conjunto, com a montagem de um viaduto sobre a Rua Mariano Procópio, que teria o tráfego da rua em direção à avenida. Com isso, era esperada a redução do número de carros na altura do Morro da Glória, que teria o fluxo melhorado, ainda, com o redimensionamento das calçadas. No entanto, o projeto, com recursos da União, ainda não saiu do papel.

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Faltam recursos para concluir obras

O jornal já informou, em outras ocasiões, que os recursos provenientes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) estavam atrasados. Além da obra na Andradas, faz parte deste conjunto a construção de mais uma ponte e outro viaduto, na altura do Bairro Barbosa Lage, Zona Norte, e duas trincheiras na altura da Rua Benjamin Constant. Segundo dados disponíveis no portal de convênios do Governo federal, o convênio prevê o pagamento total de R$ 64.962.762,65 pelo Dnit, sendo que, até o momento, só foram executados R$ 21.958.000,00.

O último repasse foi feito em 22 de outubro de 2015, e a previsão orçamentária é de R$ 3 milhões para este mês. Para janeiro, estão previstos os R$ 37.504.762,65 restantes, sendo R$ 4,5 milhões para erguer o viaduto da Andradas. No total, as obras custam R$ 81.252.250,76, mas R$ 16.289.488,11 referem-se à contrapartida do Município.

Em nota, o Dnit informou que atualmente está em tratativas de termo aditivo para repactuar os próximos passos dos recursos. Os recursos serão repassados à medida que houver disponibilização por parte do Orçamento Geral da União.

A Secretaria de Obras afirma que a definição do cronograma de implantação está condicionada à disponibilidade financeira do Dnit. Nesse caso, a pasta informa que os valores informados no sistema de convênios tratam-se de previsão orçamentária e não financeira do órgão. Em relação aos valores referentes a janeiro de 2017, a PJF afirma não ter conhecimento do montante que será repassado pelo departamento no próximo ano.

Segundo a pasta, o valor da obra, de R$ 4,5 milhões é referente a setembro de 2011, o que implica em verificar reajustes anuais dos valores e ainda os custos do acesso ao viaduto, previstos em R$ 700 mil na mesma época. Em relação à prioridade da obra do viaduto do Mariano Procópio, a secretaria afirma que isso depende, além dos recursos do Dnit, de análises de outras interferências, como custos de desapropriação. A PJF informa que, para além do viaduto, existe um projeto de reestruturação da Avenida dos Andradas, previsto no contrato de financiamento com o Ministério das Cidades. Os projetos se encontram em análise da Caixa, mas não há previsão de liberação de recursos deste contrato.

Tupynambás

Considerada uma parte do binário da Avenida Brasil, a obra dos viadutos do Tupynambás, na região do Poço Rico, segue em andamento, com a instalação de 24 blocos e pilares que servirão de sustentação para as pistas. Com a obra, orçada em cerca de R$ 11 milhões, o Acesso Norte/Sul poderá ser feito sem se passar pelo Centro. Da Avenida Brasil, o motorista acessará o viaduto, saindo no Poço Rico e, daí, seguirá para bairros como Bom Pastor, Alto dos Passos, Santa Luzia, entre outros. Serão dois viadutos paralelos, que irão transpor a linha férrea, até a Rua Cláudio Martins Chaves, no Poço Rico. Cada viaduto terá cerca de 150 metros de comprimento, com duas pistas de 3,5 metros de largura e uma passarela de pedestres com 1,30 metro de largura.

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