Professores da rede estadual se reúnem nesta terça-feira (19), na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, para discutir os próximos passos da paralisação iniciada na última quinta-feira (14), em ato público marcado para as 9h. De acordo com a diretora de comunicação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) subsede Juiz de Fora, Yara Aquino, uma caravana com servidores juiz-foranos segue para a capital. Os trabalhadores vão participar do ato e reivindicam o pagamento integral dos salários dos trabalhadores do Estado, no quinto dia útil de cada mês.
Em Juiz de Fora, a categoria manteve a paralisação nesta segunda-feira (18), conforme orientação do sindicato, e realizou atos de protesto. Pela manhã, a categoria se reuniu no Instituto Estadual de Educação para discutir sobre a atual crise do Estado. De acordo com Yara, na parte da tarde, os docentes se reuniram em frente à Escola Estadual Professor Lopes, no bairro Barbosa Lage. Na Escola Estadual Henrique Burnier, no Bairro Poço Rico, professores fizeram panfletagem para conscientizar a população sobre a paralisação. Outras manifestações aconteceram em Bicas, Zona da Mata, e em Boa Esperança, no Sul de Minas.
Nesta terça, além do ato em Belo Horizonte, também está prevista uma manifestação na cidade de Santos Dumont, cidade localizada a cerca de 60 quilômetros de Juiz de Fora. Na quarta-feira (20), às 17h, o Sind-UTE subsede Conselheiro Lafaiete vai realizar uma assembleia regional para decidir os próximos passos do movimento.
Rede municipal
Os professores da rede municipal, que deflagraram greve na última quinta, participam de assembleia nesta terça, às 15h, no auditório do Ritz Hotel, para discutir e avaliar o movimento grevista. Após a reunião, a categoria segue em marcha para a Câmara Municipal, onde haverá uma tribuna livre com participação dos docentes, que manifestarão suas pautas e reivindicações perante os vereadores e a população.
Os professores pleiteiam a revogação de um gatilho legal que autoriza o Executivo a conceder reajustes diferenciados nas situações em que os salários dos professores da base da carreira estiverem abaixo do piso nacional da categoria. A prerrogativa integra o “artigo 9º” da legislação municipal, e está em vigor desde 2015. O dispositivo é visto como prejudicial, por resultar em achatamento do plano de carreira dos servidores. Eles pedem ainda reajuste de 6,81% para todo o quadro do magistério, tendo como referência o índice de correção do piso nacional dos professores, definido pelo Ministério da Educação (MEC) e válido desde janeiro.
Segundo a diretora do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro-JF), Lúcia Lacerda, cerca de 55% dos docentes da rede municipal aderiram à paralisação desde o primeiro dia de greve. Ela explica que o sindicato não contabiliza o índice pela adesão de escolas, mas pelo número de trabalhadores. O critério, conforme Lúcia, evidencia números mais realistas, uma vez que uma escola, oficialmente, pode não ter aderido à paralisação, mas ter tido adesão da maior parte dos professores. A Secretaria de Educação, entretanto, informou em nota enviada pela assessoria, que as aulas estão ocorrendo na maioria das escolas municipais. O texto informa, ainda, que até nesta segunda-feira (18), apenas cinco escolas haviam aderido à greve.