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Alunos de Engenharia mostram projetos e defendem educação

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Projetos de pesquisas dos cursos de engenharia da UFJF demonstraram a abrangência de atuação da universidade na cidade (Foto: Mauro Morais)

Entusiasmado e desenvolto, o jovem Lucas Martins, de 18 anos, explica pacientemente sobre o funcionamento do robô cujo software ajudou a desenvolver. O objeto, dotado de rodas e criado com peças do jogo Lego, responde aos sensores colocados em suas extremidades, reagindo tanto aos sons, quanto às barreiras físicas e da luz. Cursando o primeiro período do curso de Engenharia Elétrica da UFJF, Martins integra o Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica (IEEE), que atua como uma ponte entre a academia e a comunidade, popularizando a ciência. Sob uma marquise da Rua Halfeld, Lucas apresentou o robô em nome da defesa do projeto do qual faz parte e da educação superior pública e de qualidade. Ao seu lado, Lucas Antunes, 20, aluno do quinto período de Engenharia Elétrica também demonstra o funcionamento de um gerador e do circuito científico que faz da massa de modelar um bom condutor elétrico, tal sua constituição de água e sal. “Engenharia não é só para gênios, qualquer um pode desenvolver projetos como esses”, pontua Antunes, que, voluntário no IEEE, vai às escolas da cidade ensinar noções básicas sobre sua área de estudo e, também, incentivar os mais novos a cursarem o ensino superior. “Estamos todos muito impactados com os anúncios de contingenciamento, que coloca em risco projetos como esse e tantos outros”, diz o estudante.

Dispostos ao longo do Calçadão na manhã deste sábado (18), projetos de pesquisas dos cursos de engenharia da UFJF demonstraram a abrangência de atuação da universidade na cidade. E também defenderam, em cartazes que se espalhavam pela via, o impacto da instituição na economia e na sociedade locais. “A UFJF impacta a vida de 60 mil pessoas”, defendia um cartaz. “Os estudantes são responsáveis por cerca de três mil alugueis”, apontava outro. “A UFJF é parceira de 70 instituições de ensino estrangeiras”, indicava, ainda, outro. Receptivo, o público se esgueirou para conhecer os trabalhos, alguns teóricos e outros, práticos, como o modelo de avião que levou o terceiro lugar na competição SAE Brasil AeroDesign, disputada em São José dos Campos (SP), em novembro do ano passado. A equipe Microraptor, formada por alunos dos cursos de Economia, Geografia, Artes, Engenharias, dentre outros, apresentou o exemplar ressaltando originalidade das peças produzidas integralmente na universidade, que ainda não possui o curso específico para os interessados em pesquisas aeronáuticas. Todo o conhecimento é buscado de maneira independente pela premiada equipe.

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Organizado pelo Diretório Acadêmico da Engenharia da UFJF, o ato propôs um novo olhar para a academia. “É um movimento realmente estudantil, para mostrarmos o nosso conteúdo, sem atacar ninguém, e mostrando o que produzimos e como isso impacta a sociedade”, defende o o presidente do DA, o estudante Aldo Carvalho, 21, aluno do sexto período do curso de Engenharia Civil. “As pessoas não conseguem mensurar o que a universidade faz. Hoje, ela impacta cerca de 60 mil pessoas, mas se considerarmos o trabalho do Hospital Universitário, são mais de 100 mil consultas. Os alugueis que todos os estudantes trazem para a cidade, já que cerca de 50% de nossos alunos vêm de fora, giram o comércio, geram emprego, giram a economia. A Faculdade de Odontologia tem clínica com atendimento gratuito. Tudo isso é a nossa relação com a economia. A Engenharia tem um projeto de extensão, o Nasfe (Núcleo de Atendimento Social da Faculdade de Engenharia), que dá amparo técnico a pessoas carentes que não conseguem pagar por esse recurso hoje em dia. Esses projetos vão além dos muros de nossa instituição. Um contingenciamento vai afetar nossos projetos e, consequentemente, toda a comunidade”, pontua o futuro engenheiro.

Para a diretora de eventos do diretório, a aluna do sexto período de Engenharia Civil Thaís Melo, 21, a aproximação serve para demarcar tanto a presença da instituição, quanto a capilaridade de seus projetos e a interdisciplinaridade que há neles. “O desenvolver da ciência se dá de diversas formas. Temos pesquisa e extensão, que retornam para a comunidade”, afirma Thaís, para logo concluir: “Fazer ciência é inerente ao mundo acadêmico, e vamos muito além disso na universidade.”

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