Uma mulher de 35 anos, investigada no caso do atropelamento fatal de um idoso, 65, ocorrido na noite do último sábado (13) no Acesso Norte, prestou depoimento à Polícia Civil nesta quinta-feira (18). De acordo com o titular da 3ª Delegacia e responsável pelas investigações, Rodolfo Rolli, a auxiliar administrativa negou envolvimento no acidente com omissão de socorro, que resultou na morte de Paulo César Visoná, conhecido como Paulinho mecânico.
A polícia havia chegado até a suspeita com auxílio de câmeras de vigilância. As imagens, segundo o delegado, mostram o carro dela saindo de marcha à ré da garagem de uma residência, nas imediações de onde ocorreu o atropelamento, perto da esquina do Acesso Norte com a Rua Augusto Mariani, a poucos metros da casa da vítima, no Bairro Industrial. O horário seria próximo ao do acidente, ocorrido por volta das 22h. Em outra imagem, o mesmo carro passaria pelo local.
De acordo com Rolli, a mulher explicou que, naquela ocasião, havia saído da casa da mãe dela, que a acompanhava no carona para buscarem seu filho, na residência da investigada, na mesma região. Pouco tempo depois, elas retornaram ao endereço. A mãe da auxiliar administrativa também acompanhou o depoimento. Conforme o delegado, o veículo usado pela mulher apresentava apenas arranhões antigos, e ele não considerou necessária a perícia. Segundo o policial, as investigações prosseguem, e outras pessoas deverão ser ouvidas nos próximos dias.
Já a família da vítima aguarda ansiosa pela solução do caso. “Estamos indignados, queremos que o responsável assuma o erro que cometeu, pela omissão de socorro. Estamos todos passando por muito sofrimento, os filhos dele, a mãe e os irmãos”, disse um parente, que preferiu não se identificar na reportagem. Na opinião dele, seriam necessárias perícias nos veículos suspeitos, além de exames que pudessem detectar a presença de vestígios de sangue. “Esperamos que a justiça seja feita, que paguem pelo que fizeram, porque tiraram uma vida.”
Motoboy que acionou o Samu
Após o atropelamento, Paulinho ficou caído no asfalto com múltiplos ferimentos e fraturas pelo corpo, além de traumatismo cranioencefálico. Um motoboy que passava pelo local conseguiu parar uma ambulância do Samu. A vítima sofreu parada cardiorrespiratória e chegou a ser reanimada durante os procedimentos da equipe, mas não resistiu e faleceu na madrugada de domingo no HPS.
Conforme o delegado, há suspeita de que o mecânico possa ter sido arrastado por alguns metros, mas a confirmação ainda depende dos laudos dos exames de necropsia e da perícia no local do acidente.
Paulinho foi sepultado no domingo no cemitério da Barreira do Triunfo, Zona Norte. Ele deixou dois filhos e quatro netos, além de 14 irmãos e a mãe, de 87 anos.