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JF ganha programa para reduzir desperdício de alimentos

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O primeiro banco de alimentos de Juiz de Fora entra em funcionamento nesta segunda-feira (19). Trata-se de uma iniciativa do Serviço Social do Comércio (Sesc), por meio do programa Mesa Brasil, com o objetivo de reduzir o desperdício e colaborar para a distribuição de alimentos saudáveis para quem mais necessita. Cinco empresas parceiras, entre elas quatro do ramo alimentício, são os primeiros parceiros do programa, que tem como meta inicial atender a 34 entidades que prestam assistência social já cadastradas. Apenas três das dez maiores cidades mineiras, incluindo Juiz de Fora, não dispõe de um banco de alimentos, embora o município já tenha tido a sua oportunidade. Em 2013, a Prefeitura devolveu ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) R$ 450 mil que havia recebido, por meio de convênio, para a implantação de uma unidade. A alegação, na época, é que o montante não seria suficiente e a indisponibilidade de recursos para contrapartida inviabilizaria a operação.

O Mesa Brasil do Sesc é realidade em outros três municípios mineiros, Uberlândia, Belo Horizonte e Montes Claros, que, juntos, arrecadaram três mil toneladas e beneficiaram quase 320 mil pessoas em 2017. Nesta etapa inicial, em Juiz e Fora, será feito o trabalho chamado de colheita urbana. Nela não há armazenamento em estoque das doações recebidas, e sim a distribuição imediata dos alimentos aptos a serem ingeridos. Trata-se de comida pouco atrativa à venda, mas ainda apta ao consumo humano, principalmente os insumos para produção, como os legumes, as verduras, as frutas in-natura e até os perecíveis ensacados. O banco também aceita doação de alimentos com prazo de validade curtos, para consumo imediato.

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Para o início da operação, representantes do programa promoveram treinamentos nas empresas parceiras, conforme explicou a nutricionista Débora Freitas, responsável pelo Mesa Brasil na cidade. Segundo ela, existe uma meta interna da quantidade de alimentos que poderá ser reaproveitada. No entanto, por se tratar de uma experiência pioneira, não haverá divulgação desta expectativa. “Seremos uma rede de solidariedade baseada em nossos parceiros e voluntários. Nossa previsão é de crescimento em curto prazo, à medida que novas empresas passam a ser doadoras. Um banco de alimentos tradicional recolhe, armazena e depois distribui. Acreditamos que funcionaremos desta forma em um futuro próximo.”


Iniciativa do Sesc, que já existe em outras cidades do país, começa a funcionar nesta segunda-feira com recolhimento de itens e distribuição imediata a instituições locais

Projeto envolve equipe de apoiadores

Para operar o programa na cidade, o Sesc montou uma equipe de apoiadores e disponibilizou um carro com capacidade de transportar até 800kg de carga. Na sede do Sesc, ainda há uma sala para montagem de kits e armazenamento temporário, com dois freezeres. O primeiro recolhimento está agendado para a manhã desta segunda, no Atacadão. Além deste estabelecimento, são parceiros, ainda, o Carrefour, o Makro, o grupo Benassi (distribuição de hortifrutis) e o Senac, que ficará responsável por promover campanhas e arrecadar alimentos através de doações e matrículas dos seus cursos. “Estamos desde o início do ano passado moldando o projeto em Juiz de Fora. Eu fui contratada em outubro, quando retomei o contato com os parceiros para emitir as documentações necessárias. Não tivemos dificuldades com parceiros do Mesa Brasil que já atuam fora do município, mas ainda não conseguimos o acesso com os mercados locais, que são importantes para o sucesso do projeto.”

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Prefeitura não ter banco é ‘lamentável’, diz Comsea

O presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Comsea), Antônio Hugo Bento, disse que a entidade não sabia do início do programa do Sesc, muito embora haja o interesse em colaborar e compartilhar experiências. Questionado sobre o fato de a iniciativa do primeiro banco de alimentos da cidade não ter sido da Prefeitura, ele é enfático. “O poder público do município não tem interesse em organizar as políticas do setor, tanto que devolvem recursos conquistados. Tínhamos quase R$ 500 mil para iniciar o nosso banco e até um pedaço de terra junto ao Ceasa, e, mesmo assim, disseram que não era suficiente. É uma situação lamentável, e a iniciativa do Sesc só mostra que se tivesse interesse, o programa já teria saído do papel no município.”

Ainda segundo Antônio Hugo, o Comsea passa por um momento de dificuldades, com escassez de recursos para promover as atividades que competem ao conselho, entre elas, a fiscalização da segurança alimentar. “Não conseguimos até hoje viabilizar uma secretaria executiva e nem temos material para trabalhar. O computador é ruim e falta até mesmo folha para impressora. Infelizmente, o nosso papel fiscalizador está muito aquém do que deveria”, lamentou.

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A Prefeitura também informou, em nota, que não tem conhecimento do projeto do Sesc, “mas entende que toda iniciativa que beneficie a cidade é sempre válida”. Sobre os questionamentos do Comsea, afirmou que a Secretaria de Governo “oferece a estrutura necessária para que o conselho funcione normalmente. Além de equipamentos e materiais básicos, como computador, impressora e papel, toda a estrutura da Casa dos Conselhos, como auditórios, projetor e aparelhagem de som, está disponível permanentemente”. Além disso, finalizou a nota, “a Casa dos Conselhos dispõe de uma secretária à disposição do Comsea, ficando responsável por todos os trâmites burocráticos previstos”. Não foi informado se o Poder Executivo busca viabilizar o seu banco de alimentos.

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