Dois homens, de 24 e 40 anos, foram condenados à prisão em regime fechado por tentativas de homicídio contra três policiais militares. Eles atiraram 14 vezes contra uma viatura durante uma ação de captura. O mais novo teve pena de 17 anos, enquanto o mais velho recebeu condenação de 23 anos. A dupla foi julgada pelos crimes de homicídio e roubo, nesta quinta-feira (18), em sessão realizada pelo Tribunal do Júri de Juiz de Fora e presidida pelo juiz Paulo Tristão. Ambos eram acusados de tentar contra a vida dos policiais militares após o assalto contra uma padaria e confeitara na Avenida Rio Branco, no Bairro Cruzeiro do Sul, em 15 de março de 2016.
Segundo o Ministério Público, o acusado, de 24 anos, entrou no estabelecimento armado e roubou dinheiro, celular e um cordão, enquanto o seu parceiro, de 40 anos, deu cobertura à ação na condução de um veículo, para chegar e fugir do local do roubo.
Durante a fuga, os assaltantes foram interceptados pela Polícia Militar, no Bairro Santa Efigênia, ocasião na qual a dupla disparou contra os policiais sem atingi-los, mas assumindo o risco de matá-los, como apontou o Ministério Público. Conforme o processo, o mais velho já tinha antecedentes criminais, mas a acusação considerou que os dois condenados, embora não tenham sido avaliados por psicólogos, têm personalidades violentas e afrontosas devido à maneira como agiram contra os policiais, além de uma conduta social desabonadora, já tendo envolvimento em outros delitos.
Também foi considerado o fato de usarem armas de calibres diferentes contra os militares, como a de uso restrito que atingiu a viatura policial 14 vezes. Os condenados tiveram negado o direito de recorrer da sentença em liberdade. Na época do crime, a Tribuna chegou a publicar reportagem sobre o episódio. O acusado, 24, chegou a ser preso em flagrante, depois de se entregar, no mesmo dia da ocorrência, enquanto o outro escapou.
Perseguição e troca de tiros com a Polícia Militar
O caso da tentativa de homicídio teve início por volta das 20h30, do dia 15 de março de 2016, quando militares da Patrulha de Prevenção a Crimes Violentos faziam ronda pela Rua José Nunes Leal, no Santa Luzia. Eles avistaram um Chevrolet Ômega verde, conhecido por estar envolvido em assaltos na cidade. Além disso, já havia dois mandados de prisão em aberto contra um dos suspeitos por envolvimento em roubos e uma denúncia de porte de uma pistola ponto 40. Os militares tentaram abordar o veículo dando ordens de parada, mas o motorista acelerou e iniciou a fuga. A PM acionou esquema de cerco e bloqueio em toda a região, enquanto o condutor seguiu perigosamente, colocando em risco pedestres e motoristas.
Ao chegar nos entroncamentos da Rua Bady Geara com Cônego Lauro Neves e Darcy Vargas, no Ipiranga, o condutor avançou o semáforo e quase bateu, mas prosseguiu em direção ao Santa Efigênia. Na Rua Heitor Inácio, o Ômega acabou se chocando contra um Gol estacionado. Como o carro havia perdido velocidade, o carona abriu a janela e apontou um revólver na direção da equipe policial, efetuando o primeiro disparo. Os militares revidaram, ocasionando a primeira troca de tiros.
A perseguição continuou até a Rua Adail Alevato, ainda no Santa Efigênia, quando o condutor também passou a atirar contra os policiais. O Ômega subiu no meio-fio, e os ocupantes desembarcaram, atirando novamente. O tiroteio só terminou quando um dos suspeitos se rendeu, jogou o revólver e deitou no chão. Já o comparsa, que era procurado pela polícia, fez mais disparos de pistola e conseguiu escapar, pulando para o quintal de uma casa e transpondo vários obstáculos.