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Cantora Sandra Portella denuncia agressão de companheiro

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Após quatro anos, a cantora juiz-forana Sandra Portella rompeu o silêncio e denunciou o companheiro à polícia. Na madrugada desta terça-feira (17), em mais um episódio de agressão física sofrido por ela, a cantora procurou uma delegacia no Rio de Janeiro, cidade onde mora, e relatou o episódio vivido. O caso veio à tona após a artista fazer uma publicação em sua página do Facebook, afirmando ter sido vítima de uma agressão.
Sem dar detalhes do crime, a sambista escreveu às 2h42 que estava em uma delegacia de Polícia Civil e iria registrar uma ocorrência. Horas mais tarde, em outra postagem, escreveu que havia feito exame de corpo de delito e teria sido levada para o Hospital Souza Aguiar, no Centro da capital fluminense, onde foi submetida a uma sutura de três pontos na testa. Sandra disse ainda que estava em casa e bem “na medida do possível”.

Em entrevista à Tribuna, na tarde desta terça, a cantora contou que a ferida na cabeça foi causada por um celular depois de uma discussão do casal. “Já tinha sido enforcada duas vezes. Minha testa estava furada depois de ele socar o celular em mim. Levantei tonta e, o medo de ele fugir, fez com que eu pegasse a chave do carro para impedir que ele saísse. Automaticamente comecei a avisar sobre a agressão nas redes sociais. Neste mesmo momento, liguei para a polícia”, disse Sandra, alegando que fez o anúncio do ocorrido na internet como forma de se resguardar e para que familiares e amigos soubessem com quem ela estava e o que havia acontecido.

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O casal estava junto há quatro anos. Eles chegaram a separar por cinco meses e reataram há dois anos, quando houve a primeira agressão. Chorando, Sandra Portella contou à reportagem que decidiu denunciar o homem, pois a situação chegou no limite. “A gente precisa de ajuda. Por falta de tempo, eu resolvia outras coisas e sempre acreditava que algo iria mudar, por isso, deixei passar. Tentei melhorar, me policiava para ser sempre melhor e fazer ele feliz, mas não adiantou. Cheguei ao máximo que poderia aguentar”, declarou ela.

No último episódio violento, a discussão teve início após Sandra ter acesso a um conteúdo no celular do companheiro e fazer questionamentos. “Logo depois, ele cochilou mas, tempos depois, acordou surtado dizendo que eu estava mexendo no celular durante a madrugada, com desconfianças, e disse que iria embora. Eu não queria que isso acontecesse, mas logo começaram as agressões verbais e físicas”, afirmou ela. “Essa foi a segunda agressão que sofri. Desde o início, ele se mostrava agressivo, ciumento e competitivo. Eu, por estar apaixonada, pensava que a culpa seria das outras mulheres até entender que o problema era ele.”

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Por fazer parte do meio artístico e ser conhecida de muita gente, até mesmo um elogio de um fã em sua rede social motivava discussões intermináveis entre o casal. “Se alguém comentasse ‘linda’ nas minhas fotos, ele caçava essa pessoa e pesquisava a vida dela todinha. Em uma das vezes, eu participei de um evento gay e fiz uma foto onde apareceu um rapaz. Ele cismou que o homem era meu amante e, na tentativa de acalmá-lo, menti para a organização do evento, dizendo que queria contratar a tal pessoa. Na verdade, queria apenas conseguir o contato dele para que meu companheiro pudesse ligar e ter a certeza que eu não mantinha qualquer tipo de relacionamento com este rapaz. Toda vez que desconfia, ele me pune sendo antissocial, me deixando sem contato com as pessoas e mal antes dos shows”, detalhou. Depois da agressão e de tomar as medidas necessárias, Sandra Portella viajou para Juiz de Fora onde está na companhia da família. “Estou me sentindo mais leve. Carregava um fardo. Apesar de triste e de coração partido, confio no tempo e sei que vou superar tudo o que aconteceu. As pessoas me dão forças para continuar. Se eu escondo, continuo sendo vítima.

No Facebook, dezenas de amigos e fãs da cantora mandaram recados a ela. Sandra agradeceu o carinho e a solidariedade de todos. Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que o homem foi preso em flagrante por policiais civis da 5ª DP (Mem de Sá), na madrugada desta terça feira, ” acusado de ter ferido com um telefone celular a companheira Sandra Francisca Bonsanto. A vítima foi atendida no Hospital Souza Aguiar e passa bem”, diz o documento. A instituição não informou se o suspeito teve o flagrante confirmado, nem mesmo para qual unidade prisional teria sido encaminhado.

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Agressão pode ser denunciada

Em Juiz de Fora, a Casa da Mulher conta com um setor de recepção, que faz o acolhimento das vítimas de crime sexual ou agressão física. A vítima, ao fazer a denúncia, é encaminhada diretamente para a Delegacia de Mulheres, que funciona na Rua Uruguaiana 94, no Bairro Jardim Glória, onde são instaurados processos criminais, nos quais as denunciantes não têm como pedir o arquivamento posteriormente. Já nos outros tipos de violência, as vítimas recebem apoio jurídico e psicológico.

A Lei Maria da Penha dispõe, entre suas medidas mais importantes, a determinação de o agressor manter uma distância de 300 metros da vítima, de não frequentar os mesmos locais e de não poder ter contato com ela e seus familiares por qualquer tipo de meio. O boletim de ocorrências é fundamental para documentar a agressão sofrida de forma oficial. A Casa tem parceria com a PM, e o registro pode ser feito no próprio lugar. A instituição conta também com a Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica, composta por um policial militar masculino e outro feminino. Entre as atribuições, a dupla tem a função de deslocar-se a residências das vítimas, quando precisa voltar ao local, nas ocasiões em que deixou sua casa sem nada ou apenas com os filhos nos braços. A Casa da Mulher tem projetos com ONGs e com o Ministério Público e OAB de enfrentamento à violência doméstica. No caso em que as vítimas não têm para onde ir, já que muitas vêm de outras cidades, elas são encaminhadas para a ONG Casa de Passagem, onde podem permanecer, por uma semana, para que consigam retornar à sua família.

 

Sandra recebe indicação ao Prêmio da Música Brasileira

No mesmo dia em que fez a postagem denunciando a agressão, Sandra Portella viu seu nome ser indicado ao troféu de melhor cantora de samba em 2018 segundo o Prêmio da Música Brasileira, concorrendo com Ana Costa e Leci Brandão. Outro músico de Juiz de Fora, Thiago Miranda, também foi lembrado na categoria melhor cantor de samba, disputando com Criolo e Diogo Nogueira.

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