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Rapaz de 23 anos funda clube de automóvel antigo com o pai

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Thiago Madella mostra os carros dados pelo pai e pela avó: uma Brasília 1978 e um Fusca 1969 (Foto: Felipe Couri)

Quando Thiago Madella nasceu, em 1995, os carros fabricados naquele ano que mais venderam em Juiz de Fora foram os modelos Fiat Uno, Ford Escort, Chevrolet Corsa, Kadett e Vectra, e o queridinho Volkswagen Gol 1000. Nenhum destes modelos, porém, são bem-vindos no Família Vintage Club, um clube de amantes de carros antigos comandado pelo jovem de 23 anos. Para entrar no grupo, é preciso que a máquina seja mais velha que o fundador do clube, com fabricação superior a 30 anos, e que o proprietário seja um apaixonado por automóveis. Thiago mesmo possui dois exemplares, tratados como zelo: um Fusca 1969, presente da avó, e uma Brasília 1978, dada pelo pai.

O Família Vintage Club nasceu há três anos, com Thiago e o pai, Adão Madella, reunindo amigos para trocar informações e experiências sobre carros antigos. Das conversas e passeios esporádicos veio a necessidade de dar visibilidade à paixão de outras formas. Foi quando surgiu a ideia de uma exposição quinzenal, que acontece sempre em uma quarta-feira, 19h, no estacionamento da Havan, anexo ao Shopping Jardim Norte.

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Há dois anos, os encontros reúnem uma legião de pessoas que gostam do cheiro de motor carburado, não somente dos cerca de 20 filiados do clube, como também de membros de outros grupos da cidade e região, proprietários de carros com mais de três décadas ou amantes de automóveis antigos. “O público é bem diversificado, formado por pessoas que querem desde apreciar os modelos como também tirar dúvidas. Há ainda donos de carros antigos que encaram o encontro com uma oportunidade de tirar o veículo da garagem. Afinal, não usamos no dia a dia, é preciso ter zelo”, disse Thiago, acrescentando que famílias inteiras, com crianças, prestigiam as reuniões quinzenais.

Nostalgia pura

Entre os carros mais comuns nos encontros, que são abertos a quem quiser participar, estão modelos populares nostálgicos – e que marcaram época -, como Opala, Chevette, Uno, Kombi, Passat, Variant, além dos já citados Fusca e Brasília. Todos eles, aliás, ainda circulam na cidade. Prova disso é que existe pelo menos uma centena de cada exemplar rodando nas ruas de Juiz de Fora, conforme dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

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O clube de carro antigo, porém, não se limita às reuniões públicas no estacionamento da loja de departamentos. Há encontros de filiados, para tratar de questões burocráticas, e pelo menos uma viagem mensal para eventos na região. Uma delas, no início do ano, fez sucesso na internet, quando dezenas de Fuscas, do Vintage e outros clubes, foram fotografados juntos na BR-267, entre Maripá de Minas e Guarará.

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Foto: Arquivo pessoal

Paixão que vem de berço

O fato de um jovem de 23 anos ter afinidade com carros antigos chama atenção, que desperta outras curiosidades quando ele cria um clube de carro antigo. O interesse, na verdade, veio de berço. “Quando tirei habilitação, comecei a pegar a Brasília 78 do meu pai para andar, e é um carro muito gostoso de conduzir. Comecei a investir em reformas, como pintura e a parte mecânica. Logo depois meu pai comprou um Opala 74 e começamos a nos reunir em encontros.

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Ele com o Opala e eu com a Brasília. O Fusca veio depois, como presente da minha avó”, contou Thiago, dizendo que o modelo clássico da Volkswagen sempre foi um sonho, cujo interesse foi despertado ainda pelo avô, já falecido. “Ele sempre teve Fusca. Vendia um para comprar outro.”

Segundo Thiago, ter um carro antigo chega a ser “coisa de louco”. Isso porque a manutenção exige investimentos e, consequentemente, renúncias. “Quanto mais mexe, mais quer mexer. Às vezes é preciso deixar um passeio de lado, ou até mesmo uma viagem, para garantir a reserva mensal e gastar com o carro”, disse ele, atualmente técnico em enfermagem, mas recém-formado em curso superior na área. E o amor não para por aí: na sua lista de desejos, estão novos investimentos no Fusca e na Brasília e a aquisição do famoso VW 1600 “Zé do Caixão” e uma Kombi, ambas também da Volks.

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