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Coronavírus: movimento na região central de Juiz de Fora já mudou

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O Centro de Juiz de Fora já está mais vazio. É a conclusão à que a reportagem da Tribuna chegou ao percorrer as principais vias da região, tradicionalmente movimentada, nesta terça-feira (17). Entre os pedestres que ainda circulam pelas ruas, há quem se preocupe com o novo coronavírus a ponto de usar máscaras e assegurar que sai de casa apenas para o essencial, enquanto há relatos também de quem trate a Covid-19 sem tanto cuidado. Até o momento, o município tem dois casos confirmados da doença.

Circulando pela Rua Halfeld, a professora Rosana Nery parou para conversar com a reportagem logo após falar com um ambulante que vendia álcool em gel no Calçadão. Liberada do trabalho após a paralisação conjunta da rede pública de ensino, a educadora admitiu estar apavorada com o contexto atípico. “Hoje eu saí para comprar álcool em gel e ontem eu fiz compras, não para estocar, mas porque eu precisava. Nós temos que pensar nos outros e no que vem por aí”, reflete a professora, afirmando que comprou alimentos calculados para duas semanas.

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Principal corredor comercial de Juiz de Fora, Calçadão da Rua Halfeld teve uma manhã atípica (Foto: Gabriel Silva)

A comerciante Renata Guimarães, por sua vez, é funcionária de um shopping e, pela atividade laboral, não consegue evitar completamente o contato social. Renata tentava se resguardar com uma máscara enquanto transitava pela região central, medida não indicada por profissionais da saúde, mas tinha receio de transmitir a doença para o filho.

“A gente sai porque fica com medo de perder o emprego. Nós dependemos do nosso emprego para tudo, temos filhos, temos aluguel, temos contas para pagar. Tanto eu quanto os meus colegas ficamos com essa preocupação”, lamenta.

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‘Quem está fazendo (o coronavírus) é a mídia’

Em conversa com vendedores da região central, entre ambulantes e donos de bancas nas ruas Halfeld e Marechal Deodoro, a queda no movimento era constatada de maneira unânime. Segundo um dos comerciantes, desde segunda-feira (16) o temor já havia se alastrado pela maioria dos juiz-foranos, muitos, inclusive, com receio do fechamento de todo o comércio da cidade.

Entretanto, há quem tenha visão de indiferença acerca da pandemia. O aposentado Joaquim da Silva discorda da situação de alerta que, na visão dele, é influenciada pela mídia brasileira. “Na verdade, eu acho que quem está fazendo (o coronavírus) é a mídia. Aqui em Juiz de Fora, temos dois casos apenas em meio a 600 mil habitantes. Eu acho que não tem que ficar com todo esse alarde porque, se tivesse que pegar, já teria espalhado para a cidade toda em uma semana”, opina.

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Para o juiz-forano, o encerramento temporário das atividades não será o suficiente para conter a proliferação do novo coronavírus, uma vez que os sintomas demoram até duas semanas para manifestação. “Eu acho que é um alarde que o povo está fazendo, mas nem é tanta coisa assim. Eu estou seguindo a minha rotina normal”, relata Joaquim.

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