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Vacinação infantil contra Covid está abaixo da média estadual

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Abaixo da média estadual, Juiz de Fora segue na corrida para imunizar as crianças do município contra Covid-19. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), menos da metade do público-alvo entre 6 meses e 11 anos recebeu a primeira dose da vacina. Até a última atualização do painel do estado, no dia 9 de fevereiro, 43,96% das crianças tinham recebido a primeira dose da vacina e 29,77% o segundo imunizante.

A campanha de vacinação infantil foi parcialmente retomada em Juiz de Fora nesta segunda-feira (13), após ter sido interrompida no início de janeiro devido à falta de imunizantes. No momento, as duas doses estão sendo aplicadas em crianças entre 6 meses a menores de 5 anos. A outra parcela do público infantil, que diz respeito a crianças de 5 anos a menores de 12, ainda terá que esperar a chegada de mais imunizantes contra Covid-19 para ir aos postos se vacinar.

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Questionada, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) confirmou que aguarda a chegada de novos imunizantes para retomar a campanha de forma plena. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SS) disse que vem trabalhando para incentivar a vacinação do público infantil. “Além da campanha de informação nas redes sociais, site e veículos de imprensa, a vacinação segue sendo oferecida em horário amplo, no Departamento de Saúde da Mulher, Gestante, Criança e do Adolescente (DSMGCA), de 8h às 11h30 e de 13h às 16h30, de segunda à sexta-feira”, afirmou a pasta.

No âmbito de todo o estado, os dados da SES-MG apontam para uma vacinação de 50,24% de todo o público infantil em Minas Gerais. A adesão à segunda dose, até o momento, é de 36,73%.

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Vale lembrar que, no início do ano, o Ministério da Saúde recomendou o reforço ao público infantil. Até o momento, a terceira dose pode ser aplicada em crianças de 3 a 11 anos. O imunizante a ser recebido e o intervalo entre uma dose e outra variam de acordo com a primeira vacina recebida por essas crianças. Em Juiz de Fora, no entanto, não há previsão acerca do início da aplicação da terceira dose no público infantil.

Ao considerar a segunda dose para meninos e meninas entre 6 meses e 11 anos, nem 30% foram levados aos postos de vacinação (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Doses para bebês a partir dos 6 meses

A chancela para vacinação de crianças de 6 meses ocorreu em dezembro de 2022 em Minas Gerais. Em Juiz de Fora, antes da interrupção da campanha por falta de doses, apenas bebês com comorbidade estavam sendo imunizados nesta faixa etária. Agora, a Secretaria de Saúde (SS) abriu a vacinação para todas as crianças de 6 meses a 3 anos. Segundo a SS, as vacinas de rotina, aplicadas nos mesmos locais, podem ser recebidas por estes públicos conjuntamente com os imunizantes contra a Covid-19 sem qualquer tipo de problema. Para crianças menores de 5 anos o intervalo entre a primeira e a segunda dose deve ser de três semanas.

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Conforme determinação do Ministério da Saúde, existem vacinas específicas que devem ser aplicadas em cada um desses grupos. A Pfizer baby, por exemplo, deve ser aplicada em crianças de 6 meses a 2 anos e 11 meses. A Coronavac é para crianças de 3 a 4 anos, e a Pfizer pediátrica, de 5 a 12 anos.

Essa divisão, conforme explica o médico especialista em Alergia e Imunologia Fernando Aarestrup está relacionada à quantidade de imunizante necessária para proteger a criança naquela faixa etária, de acordo com um determinado desenvolvimento e um peso corporal específico.

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“Na verdade são todas a mesma vacina com doses diferentes dependendo da faixa etária.”

No caso da Coronavac, o médico explica que ela está sendo utilizada como alternativa à Pfizer pediátrica. “A indicação da faixa etária é decorrente de testes clínicos feitos pela Anvisa e também envolvem a questão de logística e melhor aproveitamento de cada imunizante.”

Adesão por idade preocupa

Pelos dados da SES-MG é possível identificar a adesão por faixa etária em Juiz de Fora. De acordo com a pasta, menos de 1% das crianças menores de 2 anos já se vacinou. O percentual de imunização está abaixo dos 10% em crianças entre 4 e 3 anos e varia entre 13% e 12% na faixa etária entre 5 e 12 anos.

Quanto ao índice de crianças imunizadas no município, Fernando Aarestrup demonstra preocupação. Mesmo que não haja dados concretos sobre a vulnerabilidade infantil à Covid-19, o médico reforça que, se a pessoa não está imunizada, o risco de desenvolver um quadro mais grave da doença é bem maior. “Quando a gente fala em vacinação da população, o que a gente pensa é formar uma proteção para todos, diminuindo a transmissão do vírus. As crianças têm contato com os cuidadores adultos no dia a dia e são fontes de transmissão para outras pessoas. A vacinação desta faixa etária contribuiria para a formação de uma espécie de cinturão impedindo a transmissão do vírus.”

Com a volta às aulas no mês de fevereiro, a proteção deve ser priorizada, principalmente em crianças com comorbidade. O médico imunologista afirma que há casos no qual nem mesmo os pais têm conhecimento da comorbidade que a criança enfrenta. “A obesidade é um exemplo. Na população pediátrica nós temos uma incidência de obesidade relativamente alta no Brasil, e ela é uma das principais comorbidades associadas à gravidade da Covid. A asma também, comumente chamada de bronquite alérgica pela população em geral, é uma comorbidade que pode agravar os quadros de Covid-19. Há pais que não relacionam essas questões.”

Nível de transmissão moderado

No último boletim informativo do projeto JF Salvando Todos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), publicado no dia 1º de fevereiro, o número de casos da Covid-19 em Juiz de Fora seguia caindo, confirmando o término da onda, cujo pico foi verificado em meados de dezembro. O professor responsável pelo projeto, Marcel Toledo Vieira, afirma que o nível de transmissão é considerado moderado, depois de um período no qual estava elevado, principalmente nos últimos meses de 2022.

“Em relação à vacinação continua sendo importante orientar as pessoas a procurarem os postos de saúde, para verificar como está o esquema vacinal e, assim, completar com alguma dose que esteja faltando. Nós temos que estar constantemente em estado de alerta para um novo pico de casos.”

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