Terminou nesta quarta-feira (16) o terceiro encontro regional das pessoas com ouvidos biônicos. A tecnologia, oferecida no município desde 2009, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), permite que pessoas com perdas auditivas de grau severo ou profundo voltem a ouvir. O procedimento, conseguido como implante coclear, é feito na cidade pelo médico credenciado Evandro Ribeiro de Oliveira. Ele é o responsável, na região, pelo Programa Nacional de Saúde Auditiva, do SUS. Segundo o médico, ao longo dos anos, foram atendidos quase 200 casos, vários deles emocionantes, como de pacientes que, pela primeira vez, ouviram o som dos pássaros, o barulho da chuva ou o latido dos cachorros. O encontro, promovido pela clínica que leva o seu nome, ocorre anualmente e tem o objetivo de integrar os pacientes que passaram pela cirurgia. Eles são orientados durante dois dias, por meio de palestras, sobre o manuseio, a manutenção dos equipamentos e recebem informações sobre a tecnologia. Este ano, contou com a participação de 160 pessoas.
O médico explica que o ouvido biônico é indicado para pessoas que não se adéquam mais aos aparelhos auditivos. A partir deste procedimento, é possível captar sons por um eletrodo implantado dentro do ouvido. “Um molde externo capta o som e transmite para este molde interno. A recuperação da audição é quase que total. E entre as consequências estão melhorias no convívio social”, explicou, acrescentando que a técnica é indicada para qualquer idade, tanto de pessoas que nasceram surdas como aquelas que tiveram perdas ao longo da vida, desde que o problema envolva os dois ouvidos. Além do SUS, a cirurgia coclear também é custeada por alguns planos de saúde.
Prótese ancorada
Além do implante coclear, o médico é pioneiro, em Minas Gerais, em um procedimento conhecido como prótese ancorada no osso. A primeira cirurgia ocorreu há cerca de um ano e envolveu um paciente de 10 anos de idade. A diferença é que esta técnica é indicada para pessoas que tiveram problemas em um único ouvido, causados por situações como, por exemplo, a má formação da orelha, que leva à perda auditiva. “As próteses são colocadas no osso da calota craniana, e o som transmitido por meio de vibrações no osso.”
Para ter acesso a cirurgias como estas, o interessado deve procurar um otorrinolaringologista e ser encaminhado para a Junta Reguladora de Saúde Auditiva – Setor de Órtese e Prótese, no PAM-Marechal (Rua Marechal Deodoro 496). Em outros municípios, o atendimento é feito pelas secretarias de Saúde.