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Uso de skate não é regulamentado

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Nas ruas, skatistas disputam espaços com veículos motorizados

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A regulamentação do skate como meio de transporte vem sendo discutida. O tema, no entanto, é considerado polêmico e divide a sociedade. O Código de Trânsito Brasileiro reconhece a charrete como meio de transporte, mas o skate não. A lei fala em quadriciclo, o que para alguns é interpretado como uma analogia ao skate. Na prática, a falta de consenso em relação ao skate como veículo alimenta as lacunas para o seu uso e não inibe as imprudências. Flagrantes feitos pela Tribuna revelam os riscos de quem disputa nas ruas espaço com veículos motorizados. Se o skate é apresentado como alternativa de transporte não poluente, a questão da segurança ainda não foi resolvida. Em Juiz de Fora, assim como a maioria dos municípios brasileiros, o uso de skate nas ciclorrotas não está regulamentado. No ano passado, a Polícia Militar registrou dez acidentes de trânsito com skatistas. Este ano, de janeiro a setembro, foram cinco casos.

O secretário de Transportes, Rodrigo Tortoriello, comemora o processo de mudança de cultura em relação a novos meios de transporte, principalmente os que reduzem a utilização do automóvel na via pública, mas alerta sobre as limitações do skate, que não possui freio e apresenta dificuldades de fazer curvas. “Antes de se discutir a validação de um meio de transporte em vias compartilhadas, é necessário debater as condições de segurança para que se incentive ou não o seu uso. Qualquer cidadão tem liberdade para se locomover, mas precisa mensurar o risco. Neste momento, estamos conseguindo inserir a bicicleta no planejamento da cidade. O melhor caminho para introduzir uma cultura nova de meio de transporte é a política inclusiva, na qual as pessoas compartilhem o mesmo espaço e aprendam a se respeitar. Para o futuro, o skate é uma questão a ser estudada”, comenta.

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Brunner Venâncio Lopes, membro da diretoria da Associação Juiz-forana de Skate, considera a regulamentação do skate necessária. “Quando se utiliza o skate como meio de transporte, é preciso estar totalmente inserido nas regras de trânsito, por ser um meio mais vulnerável do que outros, e também utilizar equipamentos de segurança, mesmo quando o uso se dá apenas como prática esportiva e arte corporal”, afirma Brunner.

Carência de espaços

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O skatista diz, ainda, que a carência de espaços públicos para a prática desse esporte na cidade leva muitos adeptos a utilizarem locais inadequados. Recentemente, a Associação dos Moradores do Alto dos Passos encaminhou reclamações à Prefeitura. É que o binário da Zona Sul, entre a Rua Moris e Castro e Avenida Rio Branco, foi transformado em pista de skate. Das 22h às 2h, o local vinha sendo usado para a realização de manobras, embora a prática de esportes em via pública seja proibida. “Conversamos com eles e pedimos aos skatistas mais velhos para orientar os mais novos em relação aos riscos. Temos preocupação com a segurança deles. Além disso, o barulho incomoda”, explica a presidente da Associação dos Moradores do Alto dos Passos, Polaka Ramalho.

Residente no local, uma idosa que tem receio de se identificar, afirmou que não consegue mais dormir. “O barulho é enorme. Isso é perturbação de sossego. Chamamos a polícia, e ela não vem. Já pensamos até em fazer abaixo-assinado. Mas eles só vão atender quando um skatista morrer aqui”, afirmou a aposentada de 74 anos.

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Recentemente, a Settra instalou tachões entre a Morais e Castro e Avenida Rio Branco e, ainda, nas zebras. O secretário da pasta disse que a medida foi adotada após pedido dos moradores, mas não admitiu que o objetivo seja impedir o uso da via por skatistas. “O tachão foi implantado para a sinalização da via. Não quer dizer que seja um equipamento para inibir a prática de skate. No entanto, eles inibem a velocidade necessária para a realização de manobras”, disse Tortoriello.

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