O Corpo de Bombeiros e o Exército conseguiram controlar o incêndio que atingiu mais de 40% da área de 14 quilômetros quadrados do campo de instrução militar na Remonta, Zona Norte de Juiz de Fora. De acordo com assessor de comunicação do 4º Batalhão de Bombeiros Militar, tenente Acácio Tristão, as chamas foram debeladas entre o fim da madrugada e o início da manhã desta sexta-feira (16), cerca de 24 horas depois da propagação do fogo. Uma equipe ainda permanece de prontidão para o caso de possível reignição do incêndio, considerado o maior do ano em termos de extensão. A área queimada equivale a 560 campos de futebol, mas, por se tratar de vegetação rasteira, também se recupera mais rapidamente, segundo o tenente.
“Os focos principais foram combatidos. Ainda há pontos isolados de fumaça, possivelmente de troncos (quentes), e as equipes dos Bombeiros e do Exército continuam monitorando”, explicou o assessor. Segundo ele, a ocorrência mobilizou cerca de 150 militares, sendo 30 dos bombeiros e 120 do Exército, que se revezaram ao longo do dia. “Precisamos convocar o pessoal do administrativo e bombeiros que estavam de folga”, enfatizou o tenente Tristão, acrescentando que, desde sábado, a corporação já atendeu a 47 ocorrências de incêndio na cidade. “Há demanda reprimida. Fazemos uma triagem priorizando os casos de ameaças a residências e a pessoas, além de áreas de preservação ambiental”.
Conforme o assessor, há ocorrências mais simples, como fogo em lotes vagos, em que o trabalho é realizado em cerca de meia hora. Já em casos mais complexos, como o da Remonta, o combate às chamas pode demorar um dia inteiro ou mais. Segundo ele, 240 militares atuam na sede do 4º Batalhão e podem ser empenhados em caso de necessidade. Ainda na quinta, outros seis chamados de focos de incêndio foram atendidos pela corporação.
Na queimada no campo de instrução do Exército, o apoio de militares foi fundamental, segundo o tenente Tristão. “Eles conheciam a área, que é de difícil acesso em vários pontos. Precisamos chegar de jipe em alguns locais, e havia áreas bastante íngremes.” Oito viaturas deram apoio aos combatentes, que utilizaram abafadores e bombas costais para debelar o fogo.
O tenente Tristão afirmou que as chamas não chegaram à Mata do Krambeck e também não se aproximaram de uma área residencial na Zona Nordeste, como foi temido. “O relevo, com muitos morros, confunde sobre a localização do fogo.” Ele lembrou que a atmosfera da mata tem maior umidade, o que, felizmente, não favorece queimadas. “A pastagem pega fogo rápido, mas também se recupera de forma mais acelerada.”
Para evitar a proliferação de incêndios em zonas verdes pelo município, comuns neste período de tempo quente e seco, o assessor recomenda que as pessoas façam aceiros no entorno de suas casas ou pontos de interesse, limpando uma área entre a vegetação e o local a ser protegido. Ele lembrou que as chamas se propagam com rapidez nesta época do ano, colocando inclusive vidas em perigo. “Queimada é crime, e quem for pego é preso e responsabilizado.”