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Juiz de Fora deve migrar para onda branca no sábado

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Juiz de Fora deve migrar para a onda branca do programa Minas Consciente a partir de sábado (18). Neste estágio, o município dará início à primeira fase de retomada das atividades, permitindo a reabertura de parte dos estabelecimentos, além dos serviços considerados essenciais, que já eram autorizados. A informação foi publicada no Diário Oficial de Minas Gerais, na quinta-feira (16).

De acordo com a publicação, a macrorregião Sudeste do estado poderá avançar da atual onda verde, que permite apenas o funcionamento de serviços essenciais, para a branca. Entretanto, esta medida ainda pode ser revista pelo Comitê Extraordinário Covid-19, do Governo de Minas Gerais. A progressão das regiões no plano Minas Consciente está atrelada à melhoria dos indicadores epidemiológicos relativos à Covid-19.

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Um dos entraves para a migração pode ser a exigência de “disponibilidade de medicamentos no sistema de saúde para a aferição do indicador de capacidade assistencial”. Unidades de saúde de Juiz de Fora têm enfrentado dificuldades para adquirir anestésicos e sedativos, conforme mostrado pela Tribuna em matéria publicada no último domingo (12).

Apesar disso, o anúncio que Juiz de Fora entraria na onda branca foi feito pelo próprio presidente do Comitê, o Secretário de Estado de Saúde Carlos Eduardo Amaral, na noite de quarta-feira (15). Em vídeo publicado nas redes sociais, ele celebrou a progressão da macrorregião Sudeste e pediu a manutenção das medidas preventivas. “Gostaria de enfatizar o esforço que todos fizeram com o isolamento adequado e a redução dos índices. Peço, novamente, que, mesmo progredindo para a onda branca, mantenhamos o isolamento adequado e o distanciamento.”

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PJF ‘acompanha’ decisão do Estado

Em entrevista concedida à Tribuna na noite de quinta-feira, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária, Lúcio Sá Fortes, informou que a Prefeitura de Juiz de Fora irá “acompanhar” a decisão que for tomada pelo Estado. “Esse avanço será muito positivo. Depois de tanto sacrifício, começaremos a ter bons resultados, mas é importante que a população não relaxe e siga usando máscaras, lavando as mãos e evitando aglomerações”, enfatizou. “Se deixarmos os cuidados de lado e os casos de Covid-19 explodirem, nós iremos retroceder.”

Caso a progressão no Minas Consciente se confirme, ela será realizada automaticamente, sem a necessidade de publicação de um novo decreto. Os estabelecimentos deverão seguir os protocolos de higiene e segurança já preconizados. “Os horários de funcionamento serão os mesmos já estabelecidos. Os estabelecimentos podem abrir das 8h às 18h, com exceção daqueles localizados em shoppings e centros comerciais, que devem funcionar das 12h às 18h.”

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Retomada inclui autoescolas e imobiliárias

O plano Minas Consciente determina que, na primeira fase de retomada das atividades, sejam reabertos os estabelecimentos considerados de “baixo risco”. Nesta classificação estão os comércios de antiguidades e objetos de artes; de armas e fogos de artifício; de artigos esportivos e jogos eletrônicos; de produtos agrícolas, plantas e floriculturas; e de móveis, tecidos e afins. Também estão incluídos os serviços de formação de condutores; consultorias em gestão empresarial, contabilidade, auditoria; e atividades imobiliárias, jurídicas e de apoio administrativo.

A orientação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) é para que “os estabelecimentos tenham meios para higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%. Eles também devem fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados para a atividade exercida e providenciar barreira de proteção física quando os funcionários estiverem em contato com o cliente”.

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As macrorregiões Noroeste, Norte e Sul que compreendem, respectivamente, as regiões de Patos de Minas, Montes Claros e Lavras, também avançaram no plano Minas Consciente. A primeira foi para a onda branca, enquanto as outras duas partiram para a onda amarela, avançando na retomada das atividades.

Setores comemoram avanço

Após quatro meses de paralisação das atividades, o anúncio de possível retomada foi motivo de comemoração para os setores. “É a primeira vez, em todo este período de pandemia, que recebemos um estímulo, uma notícia boa”, comemorou Marcos Casarin, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL/JF) e representante dos setores de comércio e serviços no Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19.

Ele reforça a necessidade de os estabelecimentos e a população continuarem mantendo as medidas de segurança. “Temos que continuar cautelosos, pois o vírus permanece. É importante ter esta conscientização para que não haja retrocesso, e a gente possa continuar avançado para que outros setores também possam abrir.”

Entre os estabelecimentos que ficam liberados na onda branca estão as autoescolas. Na última semana, proprietários de centros de formação de condutores realizaram protesto, em forma de carreata, pedindo a retomada das atividades. Um dos representantes da categoria, Gabriel Alves, dono da Autoescola Manchester, havia destacado que a maioria dos 29 centros de formação não possui condições financeiras para arcar com mais de quatro meses de paralisação.

Procurado pela Tribuna na quinta-feira, Gabriel demonstrou “muito alívio” e otimismo com a reabertura. “A situação já se encontrava em estado crítico. As expectativas são as melhores, tendo em vista os candidatos que irão retomar as atividades com urgência para não perderem os processos.” Para ele, o movimento que tomou conta das ruas na semana passada foi resultado da união do setor. “Mostramos nossa força.”

O proprietário de autoescola garantiu preparo para uma retomada segura. “Nós sempre trabalhamos com horários diferenciados. Mas, no momento, teremos que melhorar ainda mais”, disse ele, sobre a necessidade de reduzir os alunos em sala de aula, para adequação ao protocolo do Detran de Minas. Além disso, segundo Gabriel, a estrutura física está adaptada para evitar aglomerações. Já em relação aos veículos, haverá higienização entre a troca de um aluno e outro, assegurou.

Gestora do Setor 1 Rede Imobiliária, que reúne várias associadas da Zona da Mata, Márcia Lombardi também falou das mudanças físicas que foram necessárias nas imobiliárias para garantir a saúde de todos diante da pandemia, como a instalação de acrílicos, que separam funcionários de clientes. Também haverá disponibilização de álcool em gel, como preconizado.

Márcia conseguiu dar prosseguimento aos negócios nos últimos meses, mas comemora a possibilidade de abrir as portas. “Ficamos muito felizes com essa notícia, porque estamos fechados desde 19 de março. Trabalhamos internamente, mas isso atrapalha um pouco nosso rendimento.”

Mesmo diante do cenário da epidemia, ela considera que o mercado imobiliário está aquecido. “Temos feito negócios, mas com a loja aberta, com certeza, a produtividade aumenta. Estamos com muita expectativa boa. Mas também entendemos que é o momento de tomarmos muito cuidado para não contribuir para a proliferação desse vírus. É um período de muita cautela”, resumiu

Apesar de as atividades jurídicas e os serviços de escritório estarem enquadrados na onda branca, o diretor institucional da OAB subseção Juiz de Fora, Lucas Sampaio, ponderou que os trabalhos de advocacia, que sempre continuaram em regime de plantão, só terão pleno funcionamento após o retorno das atividades forenses. “Internamente, não paramos, exceto em períodos específicos determinados pela OAB. Nosso entendimento sempre foi o de que a advocacia é atividade essencial, pela defesa dos direitos do cidadão nas mais diversas áreas, como saúde e relações de trabalho, ou mesmo na área social, com relação ao auxílio emergencial.”

Segundo Sampaio, as recomendações aos advogados permanecem sendo as mesmas: trabalhar de forma consciente, com as orientações de distanciamento e os cuidados com a higiene para evitar a propagação da Covid-19. Embora os processos eletrônicos estejam tendo continuidade, inclusive com audiências virtuais, o diretor institucional da OAB avalia que permanecem algumas restrições e obstáculos, porque alguns atos processuais demandam prática pelo meio físico. “A mudança mais efetiva está mais relacionada às atividades forenses. A previsão que temos notícia é a de que a partir de 3 de agosto comece a se implementar um processo gradual de retorno dentro do que estamos vivendo hoje. Estamos em reunião com as diretorias dos foros para acompanhar esses retorno importante, sempre de forma responsável e respeitando as regras para evitar contágio.”

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