Policiais civis de Minas Gerais decidiram parar suas atividades por tempo indeterminado a partir das primeiras horas deste sábado (18). A decisão foi tomada pela categoria em assembleia, realizada na última quarta-feira, em Belo Horizonte, que contou com a presença de 150 profissionais da Zona da Mata. Em razão da greve, os servidores irão trabalhar em escala mínima, com apenas 30% dos profissionais em seus postos de trabalho. A greve dos servidores da segurança pública irá afetar desde os serviços administrativos até o trabalho do Instituto Médico Legal (IML). Segundo o Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), que representa a categoria, hoje Minas Gerais conta com nove mil trabalhadores.
Entre as reivindicações, isonomia remuneratória de escrivães e investigadores com peritos criminais e médicos legistas; e de delegados com defensores públicos; a reestruturação da matriz remuneratória dos administrativos, ou seja, reestruturação geral dos cargos e carreiras da Polícia Civil; a recomposição dos quadros de efetivo da instituição, com a convocação dos excedentes dos concursos que estão dentro do prazo de validade e a abertura de novos concursos.
Para o diretor regional do Sindpol (Zona da Mata), Marcelo Armstrong, há um descaso grande por parte do Governo mineiro em relação à Polícia Civil. “Hoje há um déficit de profissionais. Em 2010, por exemplo, um estudo apontou a necessidade de 18.878 policiais no estado. Seis anos depois, Minas conta apenas com cerca de nove mil, sem falar dos 30% de licença médica. O que temos então é uma sobrecarga de trabalho. Na Zona da Mata, temos uma deficiência de cerca de 200 profissionais. Em Juiz de Fora, apenas 20 investigadores fazem o trabalho de apuração de todos os crimes registrados, e isso apresenta implicações para a sociedade”, afirmou Armstrong. A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que a instituição ainda não foi comunicada oficialmente sobre a greve e, deste modo, ainda não tem uma posição a respeito.
Nesta sexta-feira (17), às 14h, na sede própria do Sindpol/MG, em Belo Horizonte, o comando de greve se reunirá para traçar as estratégias e difundir as diretrizes do movimento, bem como criar cartilhas de procedimento das ações e realizar entrevista coletiva com a imprensa, no sentido de comunicar a sociedade sobre as razões e motivações da paralisação.