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Dia D de vacinação acontece neste sábado

A permissão para a vacinação nas farmácias está prevista em lei (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Neste sábado (16), todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), o Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente e o PAM-Marechal estarão abertos das 8h às 17h para receber os juiz-foranos que desejam atualizar seus cartões de vacinação. A ação faz parte do Dia D da Campanha Nacional de Multivacinação 2017. O objetivo é vacinar pessoas que ainda não são imunizadas contra diversas doenças e completar o esquema vacinal da população com 14 tipos de vacina disponíveis.

A campanha, que é anual, teve início na última segunda-feira (11) e vai até a próxima sexta (22), e geralmente é voltada para crianças e adolescentes com até 15 anos. Em Juiz de Fora, entretanto, o público-alvo foi ampliado. “Pensando que adultos e idosos também devem estar protegidos, adotamos a campanha para todas as idades. Os responsáveis que levarem as crianças e quiserem atualizar os cartões de vacinação também serão imunizados”, explica a gerente do departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Michele Freitas. A expectativa é que, em todo o país, 47 milhões de crianças e adolescentes sejam imunizados.

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Entre as doenças preveníveis com a aplicação das vacinas estão câncer de colo do útero, pênis e ânus, caxumba, coqueluche, difteria, hepatite A, meningite C, rubéola, sarampo, tétano, tuberculose e varicela. A maioria destas patologias é considerada eliminada, mas a gerente do departamento alerta para a necessidade de se imunizar, para que novos casos não surjam. “Quando fazemos a vacinação, acabamos criando um bloqueio para que não se tenha entrada do vírus ou da bactéria em circulação. Com todos protegidos, evitamos novos surtos dessas doenças.”

A orientação para quem deseja se vacinar é levar o cartão de vacinação para que os profissionais verifiquem quais doses já foram aplicadas. Outra dica é comparecer ao posto de saúde de referência do bairro onde o usuário reside. Não há meta definida para a aplicação da vacina na cidade, visto que a campanha abrange toda a população.

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Importância da vacina

Apesar da realização de diversas campanhas para incentivar a vacinação, a baixa cobertura vacinal no país tem preocupado profissionais de saúde. Nesta semana, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que 53% das pessoas que estão participando da campanha de multivacinação em todo o país já deveriam estar imunizadas. A questão reacende o alerta sobre doenças consideradas eliminadas, mas que podem voltar a contagiar a população.

Em Juiz de Fora, conforme dados da Secretaria de Saúde, a cobertura vacinal média da BCG, meningocócica conjugada C, pentavalente, pneumocócica e contra a poliomelite, o rotavírus humano e a febre amarela em crianças menores de 1 ano cresceu de 82% em 2016 para 92%. Porém, há casos de outros tipos de vacina em que tinham alto índice de cobertura vacinal e que atualmente tem caído para 70%. “Realmente estamos perdendo cobertura. Temos discutido isso e vemos alguns fatores para este declínio, como o fato de os pais estarem trabalhando muito e não levarem as crianças. Além disso, há um movimento anti-vacina crescendo, cuja justificativa é de que a imunização pode prejudicar ao invés de melhorar a qualidade de vida, mas isso não tem nenhum embasamento científico”, pontua Michele Freitas.

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Para o infectologista e chefe do setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Rodrigo Daniel de Souza, a baixa cobertura vacinal é fruto de um problema comportamental. “Muitos pais, principalmente jovens, não tiveram contato com casos graves de doenças que já são consideradas eliminadas e, por isso, banalizam a vacinação. No entanto, elas só foram eliminadas porque houve a cobertura vacinal adequada há alguns anos. É preciso atentar que há casos graves dessas doenças e que é necessário imunizar a todos para que elas saiam definitivamente de circulação.” Outra possível causa apontada pelo especialista é a constante divulgação de boatos sobre doenças ou reações adversas causadas pelas doses, cada vez mais frequente em redes sociais. “As pessoas que acreditam nestas notícias falsas ficam dependentes de informações sem sustenção. Muitos preferem acreditar em uma fonte não-oficial do que em médicos ou em órgãos governamentais. Além disso, hoje em dia as pessoas confundem a desconfiança para com os governantes com a desconfiança em políticas de saúde públicas.”

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