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Hepatite infantil: saiba quais são os sintomas e como prevenir

Sintomas de hepatite infantil vão de febre a dores abdominais

Casos de hepatite infantil preocupam no mundo; entenda os sintomas

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Juiz de Fora registrou dois casos suspeitos da hepatite infantil de causa desconhecida na última semana: um menino de 9 anos e outro de 8. Segundo a Secretaria de Saúde do município, ambos se encaixam nos critérios de definição de caso como hepatite aguda grave de etiologia desconhecida. Além dos casos na cidade, a capital Belo Horizonte tem outras duas notificações registradas, totalizando quatro casos suspeitos em Minas Gerais. O país tem ao menos 28 casos suspeitos, havendo registros em cerca de outros 20 países. A doença está sendo investigada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por conta das mudanças no padrão de incidência e pela gravidade com que está afetando as crianças. As causas da enfermidade ainda são pesquisadas por especialistas, mas há medidas para se prevenir.

Apesar de ainda ser investigada, esse novo tipo de hepatite tem sido relacionado pelos especialistas aos Adenovírus, um grupo de vírus que normalmente causam doenças respiratórias e no trato respiratório em crianças. Mas a relação causal entre os vírus e a enfermidade ainda não foi comprovada. Há outras linhas de investigação sobre as possíveis causas da hepatite infantil.

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O pediatra e professor Henrique Binato destaca que a comunidade médica possui preocupações pela ocorrência desse tipo de hepatite em diferentes localidades do mundo, além da gravidade com que tem aparecido. “Temos notícias de quase 30 crianças que necessitaram de transplante de fígado em decorrência desta hepatite e ao menos uma morte”. Também chama a atenção que os vírus que causam as hepatites A e B, mais tradicionais, não aparecem nas amostras de sangue ou nas biópsias hepáticas dos pacientes.

Sintomas da doença

A hepatite infantil normalmente apresenta como sintomas diarreia, febre, vômito e dor abdominal. Ela ainda pode aparecer associada ou não à prostração, dores no corpo e mal-estar. Um quadro avançado da doença geralmente apresenta icterícia, que se mostra pela coloração amarelada dos olhos, da pele e das mucosas.

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A icterícia é considerada um sinal de alerta importante para que os pais e cuidadores busquem atendimento médico para a criança. O pediatra Henrique Binato lembra que os sintomas são semelhantes aos das outras hepatites virais já conhecidas pela comunidade médica.

Transmissão

As causas comumente relacionadas às hepatites tradicionais não são notadas nos casos suspeitos registrados no Brasil. A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES), em comunicado na quarta-feira (11), negou que a hepatite infantil tenha relação com a vacinação contra a Covid-19. A pasta informou que a maioria das crianças afetadas não foi vacinada contra a doença causada pelo coronavírus.

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Há suspeita de relação do Adenovírus com o novo tipo de hepatite. Esse tipo de vírus pode se apresentar em mais de 50 formas diferentes e é transmitido tanto por via oral, como por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados. A secretaria estadual, no entanto, afirma que ainda não há dados suficientes para estabelecer uma relação causal entre os Adenovírus e a hepatite infantil.

Henrique Binato observa que os casos podem ter relação com a persistência de uma infecção por Adenovírus em pacientes que apresentam a Covid-19 no intestino. “Mas nem todos os pacientes que tenham essa coincidência vão adoecer. Aparentemente é preciso ter uma certa predisposição a isso.”
Paracetamol

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Ainda há investigação de suposta ligação entre paracetamol e o aumento de casos de hepatite. A Agência de Segurança Sanitário do Reino Unido (UKHSA) constatou que parte das crianças adoecidas haviam tomado o medicamento. Apesar da suspeita, a UKHSA trata a possibilidade como uma dentre várias linhas de pesquisa sobre a causa base da hepatite infantil.

Como prevenir a hepatite infantil

Com tantas incertezas a respeito da causa da hepatite infantil, a prevenção se dá a partir de medidas gerais de higiene e prevenção. São orientadas a lavagem das mãos, cobrir a boca ao tossir ou espirrar e manter os ambientes bem ventilados. “Os pais também devem ficar atentos para o surgimento da icterícia que, embora já seja uma manifestação da doença, deve ser avaliada imediatamente com vistas a tentar conter o dano ao fígado”, diz Binato.

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