“A pessoa que atropelou o Paulinho fugiu. Foi por volta de 21h30, 21h40. Um motoboy o viu caído e conseguiu parar um Samu que passava na hora. Começaram a atendê-lo. Um vizinho viu a situação em um grupo de WhatsApp do bairro e foram até minha residência me chamar”, contou um familiar da vítima, que preferiu não se identificar. “Quando cheguei, o Paulinho estava dentro da ambulância do Samu, onde faziam os primeiros procedimentos. Ele teve parada cardiorrespiratória já no local e ficou mais ou menos uma hora, até que o Samu conseguiu reanimá-lo e levá-lo ao HPS, onde veio a falecer na madrugada, entre 3h30 e 4h”, lamentou.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, a vítima sofreu trauma de tórax com fraturas múltiplas de costela, lesão profunda no antebraço direito, traumatismo cranioencefálico, pneumotórax, além de escoriações por todo o corpo. Segundo o delegado responsável pelas investigações, Rodolfo Rolli, há suspeita de que o mecânico possa ter sido arrastado por alguns metros durante o atropelamento, mas a confirmação depende do laudo de exames, como o de necropsia.
O parente reforçou que o motorista não prestou socorro. Ele espera que as câmeras de segurança de imóveis naquela área possam ajudar a esclarecer o caso e a identificar a autoria. O delegado informou que já solicitou a uma residência as imagens do sistema de vigilância. As diligências continuam.
Enquanto isso, a família espera por justiça. “O Paulinho era uma pessoa muito querida no bairro. Todos ficaram muito sentidos, porque era uma pessoa boa, não fazia mal a ninguém, só ajudava. Se o carro de alguém quebrasse e o cliente não tivesse dinheiro, ele consertava assim mesmo.”
O familiar do mecânico acredita que ele estava voltando para casa, após sair da oficina, quando ocorreu o acidente. “Sempre vinha embora andando.” Paulinho deixou dois filhos e quatro netos, além de 14 irmãos e a mãe, de 87 anos, que ficou muito emocionada durante a despedida. O mecânico foi sepultado no domingo no cemitério da Barreira do Triunfo, Zona Norte. “A dor de uma família enterrando seu ente querido por causa de uma pessoa negligente e irresponsável, que tristeza meu Deus.”