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Surto de doença em gatos preocupa em Ibitipoca

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Um surto de esporotricose felina está preocupando os moradores de Ibitipoca, que contam que mais de 20 gatos já foram infectados. A moradora Maria Alves Féo conta que, no início, as pessoas achavam que os gatos haviam sido atropelados. Agora, após identificar a doença, muitas pessoas estão matando esses animais. “Muitas matam a pauladas e jogam no rio, o que acaba contaminando a água. Outras matam e enterram. Já acionamos a Vigilância Sanitária. A veterinária da Prefeitura já está sabendo, e ninguém toma providências. Cada dia, aparece mais um gato doente. Nós gostaríamos que o Setor de Zoonoses viesse olhar e nos orientar. Os bichos convivem com as crianças.”

Causada pelo fungo Sporothrix schenckii, a esporotricose é uma micose que pode afetar animais e humanos, segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os sinais mais observados são feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. Nos humanos, a doença se manifesta em forma de pequeno caroço vermelho na pele, que pode virar ferida. Conforme o veterinário Eduardo Beuttemmuller, o tratamento da esporotricose é caro e longo, acima de 90 dias, tanto em adultos quanto em animais. “É uma doença grave porque o tratamento é difícil, longo, e pacientes muito jovens não podem receber a medicação.” Ele explica que o gato contaminado não precisa ser sacrificado. “Ele precisa ficar longe de outros felinos para não espalhar a contaminação. Mas é preciso que o animal receba o medicamento duas vezes por dia. Se for um animal de rua, sem ninguém para fazer a administração do remédio, em razão da saúde pública, o melhor é sacrificar.”

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Maria conta que muitas pessoas, quando descobrem que o animal está contaminado, o coloca para fora de casa. “Esses gatos estão contaminando outros. Eu tenho três gatos e tenho medo que eles se contaminem também. Alguém tem que tomar alguma providência. Oferecer tratamento para esses bichos ou retirá-los daqui.”

A secretária de Saúde de Lima Duarte, Lilian de Moura, afirmou que está ciente da situação e que já foram tomadas diversas medidas. “Nós enviamos uma veterinária em Ibitipoca que conversou com os comerciantes, alertou a equipe de ESF (Estratégia Saúde da Família) de lá para observar se as pessoas estão tendo algum sintoma. Colamos cartazes explicando como é a doença e o que fazer ao identificá-la. Também comunicamos a Superintendência Regional de Saúde.” Ela explica ainda que muitos donos de gatos estão levando os animais em clínicas particulares para fazer a eutanásia. “As clínicas precisam notificar a gente, ela tem que fazer uma ficha de notificação para que a gente possa acionar outros órgãos, mas ainda não fomos notificados.”

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