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Em visita a Juiz de Fora, índio fala sobre cultura dos Fulni-ô

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Thelekatoa mostra artesanato de sua tribo no Centro de Formação do Professor (Foto: Olavo Prazeres)

O índio Thelekatoa – Clênio Barbosa, no registro em português – é integrante da tribo Fulni-ô e participou de um encontro com educadores de Juiz de Fora nesta segunda-feira (14), no Centro de Formação do Professor. Ele foi convidado para conceder uma palestra na cidade sobre a cultura do povo Fulni-ô, que vive em duas aldeias localizadas na região da cidade de Águas Belas, em Pernambuco (PE). Oito mil índios vivem no local, sob a orientação de um cacique e de um pajé. Thelekatoa falou sobre as origens de seu povo, apresentou objetos de artesanato, como cocares, colares e outros objetos culturais e de decoração e respondeu dúvidas sobre sua cultura.

Em entrevista à Tribuna pouco antes da palestra, Thelekatoa contou que esta é a primeira vez que visita Minas Gerais e que conheceu Ibitipoca no último fim de semana. “Fui fazer um trabalho de uma fogueira sagrada, junto com ervas medicinais. Foi um encontro do branco com o índio. Eu via Minas só na televisão, ainda não tinha conhecido ao vivo. Estou achando que as pessoas são muito boas, sempre nos acolhem, eu só tenho o que agradecer”, disse, pouco antes de agradecer também em Yaathe (lê-se ia-tê), língua-mãe dos Fulni-ô.

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Durante o encontro, Thelekatoa fez uma dança de agradecimento ao Grande Espírito e aos participantes da palestra. Ele faz parte de um grupo de cerca de seis índios que, há cerca de quatro anos, visitam o Rio de Janeiro em abril, para divulgar a cultura dos Funil-ô. “Nosso trabalho é nas escolas e nas universidades, mas também fazemos trabalhos de reza, pajelança, de fogueira, roda de cura e assim vai. Hoje, no Nordeste, a única etnia que ainda mantém sua língua-mãe somos nós. A gente fala sempre do nosso idioma, porque o povo fala português, mas aqui não é Portugal. Se fosse para falar no idioma do povo, era nossa língua que seria falada, porque somos os primeiros habitantes do Brasil”, defende. Ele permanecerá em Juiz de Fora até o próximo sábado (19), quando retorna para Águas Belas.

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