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Usuários avaliam mudança no transporte

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Placa com os nomes das ruas por onde o ônibus passa não consta nos novos modelos (Marcelo Ribeiro/12-09-16)

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A dez dias para completar um mês de expansão do bilhete único (dia 22 de setembro) e à medida em que os novos ônibus começam a circular nas ruas – hoje são 117 veículos zero, 83,6% dos 140 previstos nessa primeira fase -, os usuários começam a perceber mudanças concretas do novo sistema implementado após a licitação. A progressiva alteração de cor dos veículos (para azul, verde e vermelho, de acordo com a área de atuação) já foi percebida, além da eliminação, nos ônibus novos, da descrição do itinerário que ficava na lateral dos coletivos, próximo à porta dianteira. Todos os ônibus, novos ou antigos, ganham a nova identidade visual até o final do ano.

A Tribuna esteve nas ruas e constatou que as opiniões dos usuários divergem. Para a funcionária pública Marcela Souza Santos, a estipulação do trajeto faz falta, e a mudança de cor dos veículos tem provocado confusão entre os usuários. Ela comenta que pegou um ônibus da linha 590 na UFJF e, por não possuir a descrição do percurso, ficou sem saber o trajeto que seria realizado. A saída, comenta, foi perguntar ao trocador. Marcela destaca a dificuldade da mudança do padrão visual para os analfabetos funcionais, que estão acostumados a escolher o ônibus pela cor. Ela trabalha com adolescentes nesta condição que, diz, estão se atrapalhando para utilizar o transporte.

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Para o coveiro João Batista Corrêa, a mudança de cor não atrapalha o uso do sistema, mas, para ele, era melhor quando o trajeto estava descrito no coletivo. A ajudante de cozinha Raphaela Cristina da Silva acredita que o número e o nome da linha são suficientes. Na sua opinião, os veículos zero são um ganho, mas não resolveram problemas que persistem, como ônibus cheios e falta de espaço para portadores de deficiência.

Conforme o secretário de Transportes e Trânsito, Rodrigo Tortoriello, a placa com o itinerário não estava prevista no novo modelo. Segundo ele, caso existam reclamações contundentes – e não pontuais – dos usuários, a medida pode ser avaliada. Segundo o superintendente do Consórcios Integrados do Transporte Urbano de Juiz de Fora (Cinturb), Aloísio Nardelli, as empresas resolveram deixar os ônibus sem as plaquinhas de itinerário, porque a intenção era colocar, nos pontos, o detalhamento das linhas que atendem os bairros. Um problema, diz, foi que os cartazes que seriam afixados nos pontos estão pendentes de autorização pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em função do período eleitoral. O material informativo contemplaria, também, a explicação sobre as novas cores adotadas. O superintendente reconhece que há usuários confusos. “Estamos preocupados com isso e reavaliando essa situação.” A expectativa é que, até o final do mês, a situação seja resolvida.

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Bilhete único é usado, em média, oito vezes

Conforme o Cinturb, até agora, foram emitidos 3.917 cartões de bilhete único, que passaram pelos validadores 31.859 vezes desde a expansão do sistema, que aconteceu no dia 22 de agosto. A média é de oito utilizações por cada um. “Está sendo bem utilizado”, avalia Nardelli. A meta é conquistar a adesão de, pelo menos, 27% dos usuários do sistema. A demanda atual é estimada em cerca de oito milhões de passageiros por mês. Segundo Tortoriello, não era esperada uma corrida pela adesão. A expectativa dos consórcios é que, com a virada do mês, exista maior procura especialmente por parte dos empregadores.

Segundo o Cinturb, há pelo menos dez dias não há falhas nos validadores dos ônibus. Conforme a Settra, apesar do problema operacional verificado no início da expansão, o novo sistema tem apresentado bom desempenho.

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No final do mês passado, a Tribuna denunciou que a demora na validação dos cartões de passagem verificada naquela época, além de provocar filas e atrasos nas viagens, também pode ter levado a erros na cobrança da tarifa nas viagens interligadas. A Tribuna apresentou o caso de um usuário que, ao invés de pagar R$ 4,13 pelo trajeto integrado, desembolsou R$ 5,50. Ou seja, pagou a tarifa cheia (R$ 2,75) nos dois embarques. O Procon contabiliza três reclamações formais em relação a este problema. Segundo o órgão de defesa do consumidor, foi encaminhada carta ao Cinturb, ainda sem retorno. Já os consórcios afirmam que não receberam nenhum pedido oficial de ressarcimento. “Se houve engano, vamos devolver o dinheiro dos usuários”, garante o superintendente.

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