Quase 35 anos após a fundação do jornal e duas décadas depois de entrar na era digital, com o aprimoramento constante de seu site, a Tribuna dá mais um importante passo em sua história. A partir desta quinta-feira (14), o jornal passa a cobrar pelo conteúdo on-line, seguindo tendência dos principais veículos do país e do mundo. O modelo que o jornal vai adotar permite que o leitor tenha acesso gratuito a parte do conteúdo, sendo restrito o acesso a matérias exclusivas, reportagens investigativas, colunas e blogs, além de projetos especiais desenvolvidos pela Tribuna. Para ter acesso a esse conteúdo exclusivo, o leitor pagará apenas R$ 5 por três meses. O pagamento poderá ser feito via PagSeguro UOL ou pelo PayPal, dois dos sistemas de pagamento on-line mais usados no Brasil e que permitem transações seguras via boleto bancário ou cartão de crédito. Uma vez aderindo à assinatura, o usuário da internet terá acesso livre a todo o conteúdo que faz da Tribuna de Minas o principal jornal da região. Quem já é assinante do jornal impresso poderá acessar todo o conteúdo on-line sem pagar nada mais por isso. Basta se cadastrar com o mesmo e-mail de assinante.
O fechamento do conteúdo fortalece a interação com o leitor, que terá acesso às matérias em qualquer plataforma digital em que a Tribuna esteja, seja no computador, tablet ou celular. A cobrança foi precedida de estudos e segue a tendência das empresas jornalísticas em valorizar o seu conteúdo exclusivo. A Tribuna conta hoje com a equipe qualificada de repórteres, fotógrafos e editores, que trazem informações em tempo real, sem deixar de lado o aprofundamento dos temas que merecem maior atenção. Essa qualidade que o leitor encontra há mais de três décadas não muda com o fechamento do conteúdo. Pelo contrário, vai permitir que o jornal ofereça a seu assinante um conteúdo ainda mais exclusivo.
Investimentos
Nos últimos anos, a Tribuna tem aumentado seu conteúdo on-line exclusivo. A produção de vídeos, uma tendência já consolidada no jornalismo, vem incrementando cada vez mais a produção escrita. Também exclusivo do site, o projeto “Bem JF” traz semanalmente reportagens especiais com exemplos de juiz-foranos que promovem, por conta própria, o bem para a coletividade. A Tribuna vem dando ainda cada vez mais espaço para a opinião, como acontece com nossas colunas e blogs.
Conectado ao mundo contemporâneo, o jornal tem aumentado também a cobertura de fatos em tempo real em ocasiões especiais, como protestos, votações importantes e eventos esportivos. Em suas redes sociais, o jornal, que já está presente no Facebook, YouTube, Twitter e Instagram, pretende aumentar ainda mais sua relevância e melhorar a interação com o leitor nesses canais.
Em breve, o jornal irá disponibilizar um aplicativo aos leitores, o que vai facilitar o acesso a todo o conteúdo nos smartphones. A versão impressa também poderá a ser acessada pela internet para os assinantes.
“Cada veículo tem que valorizar o seu conteúdo”
O modelo de cobrança pelo conteúdo jornalístico escolhido pela Tribuna foi o paywall, que pode ser traduzido como “muro de pagamento”, porque ele libera o acesso a certos conteúdos somente àqueles internautas que pagam pelo serviço. O sistema foi popularizado a partir de 2011, pelo jornal norte-americano The New York Times. No Brasil, o modelo foi trazido pela Folha de S. Paulo, no ano seguinte, e depois adotado pelos principais jornais, como O Globo e O Estado de S. Paulo, além de outros veículos de capitais e cidades médias do interior do país.
“O que os jornais têm de mais importante é o seu conteúdo. É isso que os distinguem das outras mídias, um conteúdo de credibilidade e qualidade. O produto do jornalismo profissional e independente tem custos para ser produzido, tem que se investir em bons profissionais, em tecnologia na internet. Isso tem que ser pago para que a operação se sustente”, avalia o diretor executivo da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira.
Para ele, o fechamento do conteúdo é uma realidade que deve ser estimulada, independentemente do tamanho da empresa jornalística. “Para as grandes marcas, parece evidente que existe um grande mercado e universo de leitores dispostos a pagar pela informação. Nossa avaliação é que cada veículo, dentro do seu tamanho e características, tem que valorizar o seu conteúdo. Mesmo os jornais mais regionais certamente têm seu conteúdo diferenciado e sempre terão alguma coisa que só eles podem oferecer.”
Crescimento
Dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC), entidade sem fins lucrativos que tem por objetivo certificar as métricas de desempenho de veículos impressos e digitais, mostram que a circulação digital paga de jornais subiu 27% no ano passado, na comparação com 2014. O crescimento das assinaturas on-line no Brasil desmente o mito de que os internautas não aceitam pagar por conteúdo digital. Pelo contrário, confirmam dados do relatório Digital News Report 2014, do Reuters Institute, abrangendo Brasil (urbano), Itália, Espanha, Alemanha, Estados Unidos, Dinamarca, Finlândia, França e Japão. De acordo com a pesquisa, os brasileiros são os mais dispostos a pagar por notícias em meio digital (61%), contra apenas 11% dos norte-americanos e 8% dos japoneses.