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Abraço ao IF Sudeste protesta contra cortes na educação

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De mãos dadas, grupo abraçou o prédio do Pentágono, no campus da instituição, localizado no Bairro Fábrica, onde são ministradas as aulas (Foto: Olavo Prazeres)

Estudantes, professores e funcionários do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (If Sudeste-MG) realizaram ato nesta segunda-feira (13) contra o bloqueio de 30% do orçamento dos institutos federais anunciado pelo ministro Abraham Weintraub. De mãos dadas, o grupo abraçou o prédio do Pentágono, no campus da instituição, localizado no Bairro Fábrica, onde são ministradas as aulas. Entoando cantos em prol da educação que afirmavam que a “luta é unificada”, os manifestantes também aplaudiram o instituto.

Na ocasião, o diretor-geral do campus, Sebastião Sérgio de Oliveira, informou os prejuízos para o trabalho da instituição caso a medida seja mantida. “Isto representará cerca de R$ 2,7 milhões a menos, o que implicará na interrupção da oferta de bolsas, visitas técnicas, contratos com terceirizados e impactos nos serviços”, explicou. “O orçamento para 2019 já é menor do que o disponível em 2012. De lá para cá, nós aumentamos cursos e vagas, mas os recursos diminuíram. Se o bloqueio do orçamento permanecer, os dias serão terríveis.”

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Sebastião destacou o trabalho de ensino, pesquisa, extensão e inovação realizado pelo instituto há 62 anos em Juiz de Fora. “Nós oferecemos uma educação pública, gratuita e de muita qualidade.” Ele também fez a leitura da nota oficial emitida pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) em resposta ao anúncio do Governo. O texto diz que o conselho tenta reverter a situação junto ao Ministério da Educação (MEC).

Em números
A nota detalha, em números, o alcance dos institutos federais no país. “Mais de 50% dos municípios brasileiros são direta ou indiretamente atendidos pelos 647 campi, além dos nove polos de inovação, implantados em 568 cidades que, aliados às vocações locais, possibilitam conquistas tecnológicas a partir do acesso às diversas modalidades da educação profissional – do ensino técnico de nível médio à pós-graduação, incluindo a formação de professores. Em muitos casos, essas instituições representam a única oportunidade de qualificação profissional da comunidade”, afirma o Conif.

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O texto também ressalta os resultados do ensino oferecido pelas instituições. “Estão em andamento mais de 11 mil projetos de pesquisa e seis mil de extensão tecnológica. Para além disso, olimpíadas e premiações nacionais e internacionais, bem como indicadores de qualidade, realçam a eficiência dos serviços prestados. É o caso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no qual os estudantes da Rede Federal superam o rendimento dos demais sistemas educacionais em todas as edições”, informa. ” A principal avaliação da educação básica do mundo, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2015, aponta que, se fosse um país, a Rede Federal estaria entre os primeiros colocados nas áreas analisadas.”

Educação faz ‘greve geral’ na quarta

Para além dos recentes cortes anunciados pelo Governo federal, que, em Juiz de Fora, afetam a UFJF e o IF Sudeste, setores ligados à educação da cidade também estão mobilizados em torno de uma agenda nacional contrária à reforma da Previdência, também defendida pela equipe do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Desta maneira, sindicatos que representam professores das redes públicas municipal, estadual e federal, além de técnico-administrativos da UFJF, estão convocando as categorias para uma paralisação nesta quarta-feira (15), em ato que vem sendo chamado greve nacional da educação e deve contar com ações em várias cidades do país. Em Juiz de Fora, docentes da rede privada de ensino também aprovaram adesão ao movimento e algumas escolas já estão informando a suspensão das aulas a pais e responsáveis.

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Assim está prevista a realização de um ato na escadaria da Câmara Municipal, a partir de 16h desta quarta. Entre as entidades que puxam os protestos na cidade estão o Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro), o Sindicato Único de Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), a Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais (Sintufejuf). No âmbito nacional, as ações são convocadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee).

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