Pão mofado e condições inadequadas no transporte de alimentos que teriam como destino unidades prisionais de Juiz de Fora foram constatados em uma operação da Vigilância Sanitária. Na sexta-feira (10), as autoridades de fiscalização apreenderam e descartaram a comida, que seria entregue a policiais penais e presos. Não foram divulgadas quantas marmitas e quais as condições em que elas estavam sendo transportadas.
A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) afirmou que o alimento, que não estava em condições de consumo, estaria indo para a Casa do Albergado José de Alencar Rogêdo, uma instituição de responsabilidade do Governo do Estado de Minas Gerais. Problemas também foram constatados no fornecimento destinado à Penitenciária José Edson Cavalieri. No dia seguinte, sábado (11), de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), foi encontrado um pão mofado. Conforme nota da secretaria, aparentemente, apenas um pão estava nestas condições naquele dia.
A produção e o transporte de alimentos são realizados pela terceirizada Servir Refeições Coletivas (Servir). Em nota, a Servir afirmou que, sobre o registro do pão mofado, o produto apresentado nas fotos que circulam na internet não condiz com o pão fornecido à unidade prisional. “Todo pão entregue no serviço intitulado “ceia dos agentes” é pão francês.” Já quanto a disponibilização de refeições impróprias, a empresa diz que não recebeu qualquer contato de diretores ou chefes de unidades prisionais entre sexta-feira e sábado. A nota ainda afirma que a Vigilância Sanitária recursou as refeições devido a um “vetor” encontrado durante o descarregamento na Casa do Albergado José Alencar Rogêdo. “A origem do vetor ainda está sendo avaliada”, afirmou a Servir. “Na ocasião, toda a alimentação foi refeita e resposta dentro do intervalo de tempo preconizado em contrato.” A empresa também afirmou que os veículos sofrem dedetização semanalmente e são higienizados diariamente sempre ao final das rotas estabelecidas no dia.
A PJF afirmou que a unidade terceirizada responsável pela produção dos alimentos está sendo acompanhada, e a Vigilância Sanitária segue acompanhando o caso. Já a Sejusp afirmou que procedimentos administrativos estão sendo realizados e que isso pode resultar em multas e até mesmo perda de contrato por parte da empresa executora.
“Por força de contrato, quando a direção da unidade prisional identifica algo que torne a alimentação imprópria para consumo, a empresa fornecedora é notificada e realiza a pronta substituição, sem ônus para o Estado. Tanto na última sexta-feira como no sábado, a alimentação foi substituída conforme previsão contratual”, afirmou a Sejusp, em nota.