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Professores falam sobre as dificuldades da 2ª prova do Enem

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No segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018, quase quatro milhões de candidatos realizaram as provas de Ciências da Natureza e Matemática no último domingo (11). Em Minas, 27,5% de 583.031 inscritos se ausentaram na avaliação, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No primeiro dia, o percentual de ausentes foi de 24,2% no estado. Os gabaritos e cadernos de questões estarão disponíveis nesta quarta-feira (14), no site do Enem, enquanto os resultados devem ser divulgados em janeiro de 2019.

Para o diretor pedagógico do Sistema Degraus de Ensino, Rodrigo Mendonça Pereira, o teste de Matemática deste ano foi mais diversificado em relação às edições anteriores. “Achei que a prova foi bem equilibrada em termos de conteúdo. Aqueles temas clássicos, que geralmente caem mais questões, vieram em menor quantidade este ano, o que trouxe mais equilíbrio”, conta. “A prova em si, acredito, teve nível de dificuldade mediano. Não foi algo que posso considerar que tenha sido difícil, além de trazer questões bem contextualizadas.”

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De acordo com Rodrigo, que também leciona a disciplina, eram esperadas mais perguntas relacionadas à geometria, algo que não ocorreu esse ano. Além disso, algumas habilidades elementares, como porcentagem e matemática básica, foram exigidas dos candidatos seguindo uma linha do exame. “Apesar da mudança de conteúdo, percebo uma coerência bem interessante nas provas do Enem. Existe uma linha das competências que são cobradas e não dos conteúdos. Os conteúdos são colocados em segundo plano. O que temos que observar mais são as competências e essas são bem recorrentes.”

Já a de Ciências da Natureza, que inclui as disciplinas de Biologia, Química e Física, o grau de complexidade foi de intermediário a difícil, de acordo com Alexandre Viana Fidelis, professor de química do Sistema Degraus de Ensino e de cursinhos pré-vestibulares. “Como todos os anos, as provas de Química e de Física apresentam nível de dificuldade bem elevada. São assuntos conteudistas. O aluno precisa saber realmente do conteúdo para desenvolver a questão, diferentemente de outros assuntos no qual você pega uma frase-chave do texto e consegue desenvolver.”

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A prova de Química, por exemplo, não trouxe questões relacionadas à radioatividade e forças moleculares, temáticas que costumam ser comuns na avaliação. Para Fidelis, os assuntos da disciplina foram restritos. “Vieram questões de isomeria e de termoquímica, assuntos bem específicos. O aluno tinha que saber bem o conteúdo da matéria”, afirma. “Não vieram questões de radioatividade, um assunto recorrente na prova do Enem, o que foi uma grande surpresa.”

Estudantes comentam segundo dia de provas do Enem

As opiniões sobre as provas de Ciências da Natureza e Matemática variam entre estudantes que realizaram o exame neste domingo. Para Débora Domingues, as questões estavam equilibradas em termos de dificuldade. “Acho que estava bem marcado quais questões eram fáceis, médias e difíceis, então acredito que quem garantiu as fáceis e as médias, conseguiu tirar uma boa nota.”

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De acordo com a estudante Letícia Rezende, o exame cobrou muitos tópicos que são trabalhados especialmente no terceiro ano do Ensino Médio, o que facilitaria para quem está cursando esta série. “Estava muito dividido entre matéria do terceiro e do segundo ano, principalmente Química. Tinha muita parte de química orgânica. Para quem ainda está no segundo ano ou quem está no primeiro e fez a prova, acho que complicou, mas, em geral, estava simples de fazer.”

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Já para Carol Dilly Vieira Furtuoso, a prova de Matemática foi a que a estudante teve mais facilidade. “É a que eu consegui fazer a maioria das questões, apesar de não ter tanto tempo para ler as questões direito”, lamenta. “Achei que estava até um pouco fácil. Algumas questões soube fazer bem, mas teve outras que tive um pouco de dificuldade.”

Ocorrência

No último domingo, uma ocorrência relacionada ao Enem foi registrada pela Polícia Militar (PM) em Juiz de Fora. Segundo a PM, um coordenador de aplicação do exame verificou que uma das candidatas estava com aparelho de audição, afirmando que ela não poderia realizar a prova com o aparelho. Após a intimação, a estudante teria se retirado da sala de aula, onde realizava a avaliação na Rua Benjamim Constant 700, Centro.

De acordo com informações da ocorrência, o coordenador de aplicação teria dito ser necessário apresentar um laudo de profissional de saúde, atestando a deficiência auditiva dentro de certo prazo, de forma que a candidata pudesse realizar a prova usando aparelho de audição. No entanto, nenhum documento teria sido declarado, segundo informações da PM.

Em nota, o Inep informou que “a participante deve entrar em contato pela Página do Participante para registrar a ocorrência entre 12 e 19 de novembro. O Inep assegura que todos os participantes que se sentiram afetados por problemas logísticos terão suas ocorrências analisadas.”

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